Em pronunciamento emitido neste domingo (17/3), a Casa Branca afirmou que as eleições russas “obviamente não foram livres nem justas”. Resultados preliminares oficiais divulgados pela TV estatal Russia-24 apontaram a vitória de Vladimir Putin com cerca de 88% dos votos.
O governo dos Estados Unidos, de acordo com a Reuters, também ressaltou que Putin prendeu seus oponentes e impediu que outros candidatos concorressem contra ele.
Os únicos concorrentes de Vladimir Putin foram Nikolai Kharitonov, do Partido Comunista; Leonid Slutsky, do Partido Liberal Democrata e Vladistav Davankov, do Novo Partido Popular, todos autorizados pelo próprio presidente por serem “amigáveis” ao Kremlin.
Putin, que governa a Rússia há 24 anos, com a nova vitória permanecerá no poder por mais cinco anos, até 2030.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também se manifestou e disse que “o ditador russo está simulando outra eleição”. “Não há mal que ele não cometerá para prolongar seu poder e não há ninguém no mundo a salvo disso”, continuou o ucraniano.
“Esta imitação de eleição não tem legitimidade e nem poderia ter. Esta figura deve acabar encarcerada em Haia”, destacou Zelensky.
Oposição reprimida
O pleito ocorre em meio à forte repressão de opositores. O principal líder da oposição russa, Alexei Navalny, morreu no dia 16 de fevereiro de forma repentina em uma prisão do país no Ártico, onde cumpria 19 anos de pena por “extremismo político”. Navalny tentou concorrer contra Putin em 2018, mas não teve a candidatura validada.
Outro opositor de Putin, Boris Nadezhdin teve a candidatura proibida pela Comissão Eleitoral Central e pelo Supremo Tribunal da Rússia por supostas irregularidades processuais. Boris tem feito duras críticas à guerra na Ucrânia.
Além de Nadezhdin, cerca de outros 30 candidatos tiveram a candidatura rejeitada pelas autoridades eleitorais.
A viúva de Alexei Navalny, Yulia Navalnaya, desde a morte de seu marido, tem se colocado com uma forte voz da oposição, realizando apelo a todos os russos para que votem em qualquer nome que não seja Putin ou para que escrevam Navalny em letras grandes no voto. “Você pode estragar a cédula”, disse Yulia Navalnaya.