São Paulo — Mesmo ausente em seu julgamento, Marco Roberto de Almeida, o Tuta, foi condenado a 12 anos de prisão por associação criminosa e lavagem de dinheiro. A sentença foi proferida nessa terça-feira (27/2) pelo juiz Leonardo Valente Barreiros, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
Tuta já foi apontado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) como o substituto de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC), na coordenação das ações da facção fora do sistema carcerário.
Em 2020, Tuta ascendeu ao posto de maior liderança do PCC nas ruas, em decorrência da transferência dos principais chefões da organização criminosa para presídios federais.
Como mostrou o Metrópoles, ele teria sido expulso da facção por enriquecer à custa da organização em 2022. Investigadores acreditam que ele foi sequestrado e morto pelo tribunal do crime do PCC. Oficialmente, ele é considerado foragido.

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Tuta fazia voos em jatinhos
Reprodução/MPSP

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Tuta levava vida de luxo, segundo investigação
Reprodução/MPSP

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Tuta (à esquerda) exerceu cargo de adido no Consulado de Moçambique
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Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, Já foi considerado número 1 do PCC nas ruas
Reprodução/MPSP
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Três condenados já presos
Além de Tuta, o juiz Leonardo Valente Barreiros também condenou por associação criminosa a lavagem de dinheiro Eduardo Aparecido de Almeida, o Pisca, a 12 anos e seis meses, além de Robson Sampaio de Lima, o Tubarão, e Odair Lopes Mazzi Júnior, o Dezinho, ambos a 16 anos e 11 meses.
Como mostrado pelo Metrópoles, Dezinho foi preso em julho do ano passado, quando estava em um condomínio de luxo em Pernambuco.
Integrante da chamada Sintonia final da rua, Dezinho estava foragido desde 2020 e recebia de Marcola missões a serem cumpridas fora do sistema carcerário. Na hierarquia da facção, ocupava um cargo altíssimo, conquistado por poucos no mundo do crime. Antes de ser alçado ao topo do comando, no entanto, pertenceu ao terceiro escalão do PCC.

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Dezinho, líder do PCC, é preso em Pernambuco
Reprodução

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Em fotos entregues à Justiça, Dezinho, líder do PCC, aparece curtindo
Reprodução/MPSP

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Em fotos entregues à Justiça, Dezinho, líder do PCC, aparece curtindo
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Em fotos entregues à Justiça, Dezinho, líder do PCC, aparece curtindo
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Dezinho, líder do PCC, vivia rotina de luxo
Reprodução/MPSP

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Dezinho, líder do PCC, foi capturado em condomínio de luxo na Praia dos Carneiros (PE)
Reprodução

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Polícia encontrou documentos falsos com líder do PCC
Reprodução

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Cartões de crédito também foram apreendidos com líder do PCC
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Denúncias
Os quatro integrantes do PCC, condenados nessa terça-feira, foram denunciados em setembro de 2020, junto com outras 13 pessoas, após a deflagração da primeira fase da Operação Sharks. Ela resultou de investigações do Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPSP, iniciadas em 2018 com a prisão de Tubarão. Até o momento, 11 réus foram condenados e seis foram absolvidos.
Em sua sentença, obtida pelo Metrópoles, o juiz Leonardo Valente Barreiros destaca que os quatro condenados dessa terça-feira lavaram R$ 1 bilhão do PCC mediante o esquema de “dólar cabo”, conhecida técnica de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
O juiz ainda destaca que, mesmo presos na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, os chefões do PCC ainda seriam responsáveis por crimes como tráfico de drogas e armas, atentados contra agentes públicos e corrupção ativa.
A defesa dos réus não foi localizada até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.