Apontando como mandante do homicídio do galerista Brent Sikkema, o ex-marido dele Daniel Sikkema foi preso nos Estados Unidos. A informação foi confirmada pela polícia local nesta quinta-feira (21/3).
Daniel foi indiciado pela polícia do Rio pela morte de Brent. O o norte-americano foi encontrado morto, dentro da casa onde vivia, com 18 facadas. O crime aconteceu em janeiro deste ano.
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Segundo o tribunal de Southern District, em Nova York, Daniel foi preso na noite de quarta-feira (20/3) acusado de ter fraudado seu passaporte. Mas ele poderá ser libertado ainda nesta quinta-feira (21/3) sob fiança. Caso isso aconteça, o suspeito deverá usar uma tornozeleira eletrônica.
“O juiz determinou que ele poderá ser liberado mediante assinatura do termo de fiança e uso de tornozeleira eletrônica. Ele foi mantido sob custódia durante a noite porque era tarde demais para colocar o dispositivo nele. A previsão é que ele seja liberado nesta manhã”, disse a polícia.
Daniel, que é cubano, foi casado com Brent por 15 anos. Os dois tiveram um filho, hoje adolescente.
Crime a mando do ex
O caso era tratado como latrocínio, quando o roubo é seguido de morte. No entanto, segundo o também cubano Alejandro Triana Prevez, preso por ser o autor do crime, nada foi levado da residência em que Brent foi morto.
Prevez relatou à polícia que o ex-marido da vítima havia lhe prometido 200 mil dólares (pouco menos de R$ 1 milhão, em valores atuais) para matar Brent, segundo a TV Globo. Ao ser preso, no dia 18 de janeiro, no Triângulo Mineiro, o cubano estava com cerca de 30 mil dólares.
À polícia, Prevez teria relatado que, ao supostamente encomendar o crime, Daniel reclamou do valor da pensão paga por Brent e afirmou que o ex “gastava muito dinheiro com drogas, festas e garotos de programa”.
Ainda segundo Alejandro, Daniel também manifestou preocupação com o novo relacionamento da vítima, com “um uruguaio ou um paraguaio”, o que poderia prejudicar a divisão dos bens no divórcio.
Com essas informações, tanto a Polícia Civil quanto o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediram à Justiça a prisão preventiva de Daniel. Já Alejandro deve passar a responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar.
Galerista morto a facadas
O crime aconteceu em 15 de janeiro, no Jardim Botânico. Brent Sikemma, de 75 anos, foi encontrado morto, na casa em que morava, por uma amiga. Ele sofreu 18 facadas.
Segundo a polícia, Alejandro veio de São Paulo para o Rio exclusivamente para cometer o crime e passou praticamente um dia inteiro de tocaia perto da casa de Brent.
Somente na madrugada de 15 de janeiro, Alejandro invadiu a residência de Brent com uma chave mista — que, segundo o novo depoimento do cubano, foi enviada pelo correio dos EUA por Daniel — e saiu 14 minutos depois.
Inicialmente, Alejandro negou qualquer participação no caso e chegou a dizer que tinha sido agredido por policiais. Porém, de acordo com a defesa do cubano, ele decidiu mudar a versão após se reunir com o advogado e ver as provas que a polícia já tinha.
Vítima famosa no mundo da arte
Brent Sikkema tinha 75 anos e, segundo amigos, era apaixonado pelo Brasil.
Sikkema começou a trabalhar com arte em 1971 e abriu a primeira galeria em 1976, na cidade de Boston, nos EUA. Ele era sócio da galeria de arte Sikkema Jenkins & Co, que fica no bairro de Chelsea, em Nova York. O local foi fundado em 1991 por ele com o nome de Wooster Gardens.