Exemplo do que é empatia no caso de Mauro Cid

Sem categoria

Ponha-se no lugar do tenente-coronel Mauro Cid. Admirado por seus colegas, estava destinado, um dia, a ser promovido a general de quatro estrelas. Mas aí, indicado pelo Exército, concordou em ser ajudante-de-ordem do presidente da República, um capitão inativo, excluído da Força nos anos 1980 por conduta antiética.

Mauro Cid cumpriu todas as ordens que recebeu: ajudar no planejamento de um golpe, no roubo de joias do Estado brasileiro para posterior venda no exterior, na falsificação de certidões de vacina contra a Covid para que seu chefe e a filha adolescente pudessem circular livremente no exterior; e sabe-se lá mais o quê.

E no que deu tudo isso? Foi preso; delatou em troca de uma pena mais branda; foi solto; desabafou com um amigo dizendo que fora forçado a delatar e que lhe atribuem revelações que jamais fez; e novamente foi preso. Sua delação poderá ser anulada. E ele, com certeza, será condenado no futuro a uma pena pesada.

Tão logo a sentença transite em julgado, o Exército afastará Mauro Cid dos seus quadros porque desonrou a farda, a exemplo do capitão inativo que (des)governou o país durante quatro anos com o apoio das Forças Armadas e não conseguiu se reeleger. E assim, a brilhante carreira militar de Mauro Cid terá terminado.

Como ele mesmo disse no seu desabafo infeliz:

– Todo mundo já era quatro estrelas, tinha atingido o topo. Bolsonaro teve Pix de milhões, ficou milionário. O único que teve pai, filha, esposa envolvido, o único que perdeu carreira, o único que perdeu, vida financeira toda fodida, fui eu.

É triste, não é?

https:metropoles

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *