A jornalista brasiliense Patrícia Lélis, 30 anos, agia de forma intencional com o objetivo de enriquecer e manter seu estilo de vida (lifestyle) às custas do dinheiro de investidores imigrantes. Essa é conclusão de documento liberado pelo FBI [Federal Bureau of Investigation] sobre as acusações contra a comunicadora. São 12 páginas, que mostram o modus operandi, as intenções, o uso de dinheiro e até a cronologia para aplicar os supostos golpes. Lélis é considerada foragida da Polícia Federal norte-americana desde 12 de janeiro.
O Metrópoles teve acesso aos documentos usados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos para indiciar a brasiliense por fraude eletrônica, transações monetárias ilegais e roubo de identidade agravado.
As investigações apontaram que Lélis agia em esquema para enriquecer e financiar o próprio estilo de vida (lifestyle) às custas de investidores americanos. Ela teria usado o dinheiro dessas pessoas para dar entrada em sua casa no condado Arlington, no estado da Virgínia, reformar o banheiro e pagar as dívidas de cartão de crédito pessoal.
Ativa nas redes sociais, Patrícia Lélis é foragida do FBI desde 12 de janeiro. Se condenada, Lélis pode pegar até 20 anos de prisão.
O documento lista e-mails enviados por Lélis se passando por pessoas fictícias e até mesmo reais para ganhar confiança de imigrantes. A jornalista teria inventado a figura de Jeffrey Willardsen para se passar por um funcionário de investimento imobiliário do Texas, com o propósito de transmitir segurança à transação e obter dinheiro.
A investigação apurou conversas desde 22 de setembro de 2021 até 30 de maio de 2023, com as transferências bancárias para Lélis. Ao todo, ela teria causado prejuízos de US$ 700 mil, o equivalente a R$ 3,4 milhões aos clientes.
Veja as mensagens:
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Segurando a investigação americana, Lélis se passava por uma advogada especializada em imigração para conseguir vistos permanentes a brasileiros. Ela teria até mesmo falsificado um documento fundamental para que uma pessoa adquira propriedade no estado do Texas.
Falsificação
O documento também informa que Lélis teria usado o nome de um advogado conhecido no país, junto à assinatura e o carimbo dele. Em outro momento, ela também teria indicado que um juiz da área de imigração autorizando que o processo de uma das vítimas seguisse. Ela ainda informa que peticionaria a ação na semana seguinte à conversa.
A última publicação de Patrícia nas redes sociais é dessa quarta-feira (3/4), em que critica a acusação de que o filho de Lula teria cometido violência contra a ex-namorada, conforme noticiou o Metrópoles em primeira mão.
Em fevereiro, quando estava há mais de um mês foragida, Lélis confirmou que está sendo procurada. “Sim, o FBI no USA está me ‘procurando’. Mas já sabem exatamente onde estou como exilada política. Foram meses de perseguições e falsas acusações”, disse.
“Meu suposto crime: não aceitei que me fizessem de bode expiatório contra aqueles que considero como meus irmãos por cultura e principalmente por lado político e, sim, ‘roubei’ todas as provas que pude para mostrar o meu lado da história e garantir minha segurança”, completou a brasileira.
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Quem é Patricia Lélis
Patrícia Lélis é brasiliense e já esteve envolvida em diversas polêmicas. Em 2016, ela acusou o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) de tentativa de estupro, assédio sexual e agressão. O processo contra o parlamentar foi arquivado.
Ela também diz que teria namorado um dos filhos de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro. Ele sempre negou. Patrícia o acusou de injúria e ameaça, mas o processo também foi extinto.