Tanto a dengue quanto a febre oropouche estão registrando aumento de casos em 2024. Enquanto a primeira está espalhada por todo o Brasil e já provocou mais de 3,5 milhões de diagnósticos neste ano, a segunda se concentra nos estados do Norte, fez 3,5 mil vítimas e agora começam a surgir os primeiros casos em outras regiões.
A febre oropouche e a dengue são arboviroses, doenças provocadas por vírus transmitidos por mosquitos. A dengue é transmitida pelo Aedes aegypti e a oropouche pelo mosquito maruim (Culicoides sonorensis) e, menos frequentemente, pelo pernilongo (Culex quinquefasciatus).
As duas doenças têm sintomas iniciais comuns, tais como febre, dor de cabeça, dor muscular e articular e mal-estar. Em um cenário no qual ambas estão em ascensão, é possível que diagnósticos iniciais confundam uma com a outra, sendo que o mais provável é confundir infectados pelo vírus da oropouche com pacientes de dengue, pois a segunda é mais conhecida.
Em entrevista ao Metrópoles, o pesquisador Felipe Gomes Naveca, chefe do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), destacou que, provavelmente, os casos de febre oropouche estão subnotificados devido à epidemia de dengue.
Sintomas em comum entre a dengue e a febre oropouche
- febre,
- dores de cabeça,
- dor muscular,
- dor nas articulações,
- mal-estar.
Como diferenciar a dengue da febre oropouche?
O infectologista Leonardo Weissmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, explica que os exames de diagnóstico laboratorial devem sempre ser solicitados para que o paciente e a equipe médica tenham ciência sobre a doença que estão tratando.
O médico, que também é professor da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp), conta que a as principais diferenças estão a dengue e febre oropouche estão na evolução.
“A oropouche pode manifestar sintomas de meningite, como rigidez na nuca e fotofobia, que não são vistos na dengue. A dengue, por sua vez, é mais propensa a causar dor atrás dos olhos, erupções cutâneas e, em casos graves, sangramentos”, compara Weissmann.
Segundo o especialista, há diferenças de gravidade também. A dengue evolui para um quadro que ataca o sangue e pode levar a óbito e, no caso da oropouche, a evolução é neuropática, atingindo tecidos que recobrem o cérebro, mas sem mortes registradas. Cabe destacar, porém, que há casos de evolução neurológica da dengue, ainda que sejam mais raros.
“A forma mais precisa e confiável é fazer uma análise em laboratórios, especialmente em regiões em que já sabemos que ambas as doenças estão circulando”, recomenda o médico.
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