SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “A Batalha da Rua Maria Antônia”, de Vera Egito, venceu o prêmio de melhor filme de ficção da 25ª edição do Festival do Rio. O filme levou o troféu ao qual concorria no circuito Première Brasil, dedicado a produções nacionais e considerado uma das principais vitrines do cinema brasileiro. A mostra exibiu 90 produções brasileiras, entre longas e curtas.
O filme, rodado em 21 planos-sequência –isto é, longas tomadas sem cortes–, resgata o emblemático episódio da resistência estudantil ao regime militar, quando estudantes da Universidade de São Paulo e da Universidade Presbiteriana Mackenzie entraram em conflito na rua Maria Antônia, no dia 2 de outubro de 1968, às vésperas da assinatura do AI-5.
Naquele dia, os estudantes que estavam no prédio da Faculdade de Filosofia da USP enfrentaram os ataques do Comando de Caça aos Comunistas, grupo paramilitar de extrema direita que estava na Mackenzie, do outro lado da rua.
Já “Othelo, o Grande”, de Lucas H. Rossi dos Santos, venceu na categoria de melhor documentário. O filme é formado por recortes de entrevistas do ator e comediante, de maneira que ele próprio parece contar a sua história.
O prêmio de melhor curta-metragem foi para “Cabana”, de Adriana de Faria. “O Dia que te Conheci”, de André Novais de Oliveira, levou o prêmio especial do júri.
O filme de Oliveira acompanha a rotina de Zeca, que tem dificuldade de acordar cedo todos os dias para ir até a cidade vizinha, onde trabalha como bibliotecário em uma escola –até que ele conhece Luisa.
Kauã Alvarenga levou o Redentor de melhor ator por “Pedágio”, que representou o Brasil no Festival de Toronto e conta a história de uma mãe que não aceita a orientação sexual do filho, interpretado por Alvarenga.
Na competição Novos Rumos da Première, o longa “Saudade fez morada aqui dentro”, de Haroldo Borges, levou o prêmio de melhor filme.
O longa acompanha Bruno, de 15 anos, que nunca precisou lidar com episódios de violência gerados pelo machismo até que descobre uma doença degenerativa e, ao perder a visão gradativamente, passa a enxergar a vida de outra forma. A trama venceu o prêmio de melhor filme internacional do Festival de Mar del Plata, em 2022.
“Sem Coração”, de Tião e Nara Normande, e “20.000 Espécies de Abelhas”, de Estibaliz Urresola Solaguren, venceram como melhor filme nacional e internacional o Prêmio Felix, seção dedicada às produções com temática LGBTQIA+.
Confira abaixo todos os vencedores da Première Brasil e do Prêmio Felix
PREMIÈRE BRASIL
O júri da Premiére Brasil é presidido pela diretora, roteirista e produtora Laís Bodansky e formado por Gaia Furrer, Isabél Zuaa, João Vieira Jr. E Renata Pinheiro.
Melhor Curta: “Cabana”, de Adriana de Faria
Produção: Adriana de Faria e Tayana Pinheiro
Melhor Documentário: “Othelo, o Grande”, de Lucas H. Rossi dos Santos. Produção Franco Filmes
Melhor Direção de Documentário: Daniel Gonçalves, por “Assexybilidade”. Produção: TvZero
Menção honrosa para “Black Rio! Black Power!”, de Emílio Domingos. Produção: Espiral
Melhor Atriz: Maeve Jinkings, por “Pedágio”. Produção: Biônica Filmes e O Som e a Fúria, e Grace Passô, por “O Dia que Te Conheci”. Produção: Filmes de Plástico
Melhor Ator: Kauã Alvarenga, por “Pedágio”. Produção: Biônica Filmes e O Som e a Fúria
Melhor Atriz Coadjuvante: Aline Marta Maia, por “Pedágio”. Produção: Biônica Filmes e O Som e a Fúria
Melhor Ator Coadjuvante: Carlos Francisco, por “Estranho Caminho”. Produção: Tardo Filmes
Melhor Fotografia: Evgenia Alexandrova, por “Sem Coração”. Produção: Cinemascópio Filmes
Melhor Direção de Arte: Vicente Saldanha, por “Pedágio”. Produção: Biônica Filmes e O Som e a Fúria
Melhor Montagem: Eva Randolph, por “Levante”. Produção: Arissas
Melhor Roteiro: Guto Parente, por “Estranho Caminho”. Produção Tardo Filmes
Melhor Direção de Ficção: Lillah Halla, por “Levante”. Produção: Arissas
Melhor Filme de Ficção: “A Batalha da Rua Maria Antônia”, de Vera Egito. Produção: Paranoid Filmes
Prêmio Especial do Júri: “O Dia que te Conheci”, de André Novais de Oliveira. Produção: Filmes de Plástico
PREMIÈRE BRASIL – NOVOS RUMOS
O júri da Première Brasil Novos Rumos é presidido pelo ator Johnny Massaro e composto por Beatriz Seigner, Jéssica Ellen e Pedro Bronz.
Melhor Longa: “Saudade fez morada aqui dentro”, de Haroldo Borges. Produção: Plano 3 Filmes
Melhor Curta: “Dependências”, de Luisa Arraes. Produção: Cosmo Cine e Paris Produções
Melhor Direção: Ricardo Alves Jr. por “Tudo o que você podia ser”. Produção: Entrefimes
Prêmio Especial do Júri: “A Alma das Coisas”, de Douglas Soares. Produção: Acalante Filmes
Menção Honrosa para “Iracemas”, de Tuca Siqueira. Produção: República Pureza Olinda
Menção Honrosa para “Bizarros para Peixes das Fossas Abissais”, de Marão. Produção: Marão Filmes
PRÊMIO FELIX
Melhor Filme Brasileiro: “Sem Coração”, de Tião e Nara Normande
Melhor Filme Internacional: “20.000 Espécies de Abelhas”, de Estibaliz Urresola Solaguren
Melhor Documentário: “Orlando, Minha Biografia Política”, de Paul B. Preciado
Menção Honrosa de Documentário: “Assexybilidade”, de Daniel Gonçalves
Prêmio Especial do Júri: “Tudo o que você podia ser”, de Ricardo Alves Jr.
Troféu Suzy Capó de personalidade do ano: Nanda Costa e Lan Lanh