São Paulo — O diretor e sete funcionários do Centro de Atendimento Inicial e Provisório (CAIP), órgão ligado à Fundação Casa, em Franco da Rocha, foram afastados de seus respectivos cargos na última quarta-feira (27/3).
A decisão foi tomada após pedido da Defensoria Pública de São Paulo, juntamente ao Ministério Público, embasado em denúncias feitas por adolescentes que afirmaram terem sofrido uma série de agressões no local, que fica na região metropolitana de São Paulo.
Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), o processo cita uma série de “abusos físicos sistemáticos” sofridos pelos adolescentes detidos no local. Ainda de acordo com o órgão, as vítimas relataram serem alvos de “chutes, joelhadas e socos em diversas partes do corpo, além de enforcamentos e limitação na oferta de água”.
A nota da pasta ainda revela que um dos relatos descreve que um adolescente foi alvo dessas agressões mesmo sofrendo convulsões.
Servidores da área de psicologia e da assistência social confirmaram ao juiz da Vara da Infância e Juventude que sabiam das violências cometidas por parte dos funcionários. Além disso, uma testemunha afirmou ao diretor que participou das agressões.
Ao conceder a decisão liminar, o magistrado Rafael Campadelli Andrade considerou que o quadro de violações presente na unidade, com a certeza de impunidade, somente poderia ser sanada com o afastamento dos envolvidos. Assim, determinou o afastamento do diretor e de sete funcionários que atuavam no local.
Em nota ao Metrópoles, a Fundação Casa afirmou que assim que tomou conhecimento da decisão judicial afastou o diretor e os funcionários envolvidos e ainda revelou que a Corregedoria Geral da Instituição “também investiga o caso, que corre em sigilo”.
