Ao falar que a possível derrubada dos vetos presidenciais na sessão conjunta do Congresso Nacional, nesta quarta-feira (24/04), é problema dos congressistas, o presidente Lula (PT) calcula que esta será a última “grande derrota” do governo no Legislativo neste ano, depois dos ajustes de rota ocorridos nos últimos dias.
Na segunda-feira (22), o presidente puxou a orelha de Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio), Fernando Haddad (Fazenda), Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Rui Costa (Casa Civil), pedindo maior empenho na articulação política. Ele também sinalizou que reforçaria o apelo por uma postura mais firme do PT no Congresso, particularmente com Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Depois de duas conversas com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Lula expressou confiança de que a situação política está se encaminhando para uma estabilização, esperando que não ocorram mais reveses significativos após a sessão de hoje.
Ontem (23), o petista disse que lamenta a possível queda dos vetos e que fica chateado pela sua “incompetência” de não convencer deputados e senadores do contrário.
“Eu nunca fico chateado porque o Congresso derrubou tal coisa. Eu muitas vezes fico chateado com a minha incompetência de não tê-los convencido do contrário. Se o Congresso derrubar, é um problema do Congresso. Eu posso lamentar”, disse Lula em conversa com jornalistas no Palácio do Planalto.
Entre as principais preocupações do governo está a derrubada dos vetos relacionados às “saidinhas” temporárias de presos, bem como itens da LOA (Lei Orçamentária Anual) e da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). Apesar dos apelos do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que alerta para possíveis rebeliões no sistema carcerário, o governo optou por não judicializar a questão do veto ao PL das Saidinhas.