A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional editou nova portaria, publicada em edição extra Diário Oficial da União, alterando ato anterior e ampliando para 336 municípios gaúchos o reconhecimento do estado de calamidade pública em razão das chuvas intensas que atingem a região.
Em Portaria publicada mais cedo, o governo federal havia reconhecido o estado de calamidade em 265 municípios.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), já tinha declarado o estado de calamidade pública do Estado, depois da sequência de temporais, que alagou muitos municípios. Segundo último boletim da Defesa Civil do Estado, divulgado às 18h de domingo, o número de mortes no Rio Grande do Sul chega 78, sendo que outras quatro mortes estão sendo investigadas.
A Defesa Civil comunicou que há 105 desaparecidos e 175 feridos. Ao todo, 18.487 pessoas estão em abrigos, de um total de 844.673 afetadas.
Ao obter o reconhecimento do governo federal do estado de calamidade pública, o Estado consegue maior agilidade nas ações de auxílio federal de resposta e reconstrução. Além disso, o governo pode adotar medidas administrativas para o processo de contratação de bens e serviços necessários para socorrer a população e recompor serviços e obras de infraestrutura essenciais, sem necessidade de licitação pública, por exemplo.
‘Está faltando o básico para a cidade’, diz prefeito de Porto Alegre. Sebastião Melo (MDB) pediu “sensibilidade” de Lula para a liberação de mais recursos para socorrer as pessoas afetadas pelas enchentes. O presidente esteve neste domingo no Estado pela segunda vez desde o início das enchentes.
O prefeito afirmou que 70% da capital está sem água. Melo destacou que os caminhões-pipa estão quase sem combustível. Segundo ele, o Hospital Mãe de Deus teve de ser evacuado com centenas de pacientes por causa do alagamento. “Temos que nos concentrar em salvar vidas e depois em reconstruir vidas.”
Em dez dias, Rio Grande do Sul registrou o equivalente a três meses de chuva. Ao todo foram 420 milímetros de precipitação entre os dias 24 de abril a 4 de maio, conforme o governo do Estado.
Alagamentos fecharam 17 hospitais no Rio Grande do Sul. Outros 75 estão com atendimento parcial, segundo o governador. Ontem, pacientes foram transferidos de helicóptero após o HPSC (Hospital de Pronto Socorro de Canoas) ficar alagado.
Das 12 barragens que estão sob pressão, duas delas estão em nível de emergência. E cinco estão em alerta e outras 5 em nível de atenção. A barragem 14 de Julho, entre Cotiporã e Bento Gonçalves, se rompeu parcialmente na quinta-feira (2).
1 milhão de imóveis estão sem água no Estado. “Se colocar 3 pessoas por unidade, a gente está falando em 1/3 da população gaúcha desabastecida”, disse o governador. Além disso, há 418 mil pontos sem energia, segundo Leite. Dezenas de municípios estão sem telefonia e internet.
Enchentes afetam rodovias. Há 187 pontos de bloqueios nas estradas – desses 142 são totais e 45 parciais, ainda conforme o governador.
Aeroporto Salgado Filho está fechado por tempo indeterminado. A pista e o pátio apresentaram alagamentos no sábado (4).
Defesa Civil emitiu um alerta de inundação para 16 municípios da região metropolitana de Porto Alegre. Além da capital gaúcha estão na lista: Barra do Ribeiro, Canoas, Cachoeirinha, Charqueadas, Eldorado do Sul, Gravataí, Guaíba, Montenegro, Nova Santa Rita, Novo Hamburgo, Pareci Novo, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Taquara, Triunfo.
Nem todos os bairros serão atingidos da mesma forma, explica a Defesa Civil. “Áreas mais altas não serão afetadas com a mesma intensidade. Quem mora em áreas mais baixas deve buscar abrigo em locais seguros”.
Chuvas no Rio Grande do Sul já mataram 78 pessoas, segundo boletim da Defesa Civil. São 105 desaparecidos e 175 feridos até o início da noite deste domingo (5).
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