Guta Stresser vem lutando contra a esclerose múltipla, há 4 anos, e o problema de saúde tem lhe acarretado muitas dores de cabeça. Além de não conseguir voltar ao trabalho, ela enfrenta dificuldades financeiras, agravadas pelas questões médicas.
Em um bate-papo exclusivo com a apresentadora Carolina Ferraz para o Domingo Espetacular deste fim de semana (17/09), a atriz abriu seu coração e ainda deu detalhes do tratamento que vem seguindo.
Uma das questões abordadas na entrevista foi dinheiro. A doença agravou a crise financeira e, sem a estabilidade que tinha quando interpretava a personagem Bebel, de A Grande Família, ela perdeu sua casa e teve que deixar o imóvel.
Agora, Guta tenta se reerguer e deixou o Rio de Janeiro para atuar na peça Os Analfabetos, encenada em Curitiba, sua cidade natal. Na conversa com Carolina, ela desabafa sobre as dificuldades enfrentadas até agora.
Aos 51 anos, a atriz explica que o tratamento contra a esclerose tem sido bem-sucedido: “O medicamento que uso fez efeito. As lesões que eu tinha não aumentaram e não apareceram novas”.
Apesar de a doença estar controlada, ela explica que encara barreiras pra se recolocar no mercado: “Existe preconceito, sim. A pior coisa para quem tem esclerose múltipla é parar de trabalhar. Que bom seria se os contratantes não tivessem essa visão de que contratar alguém com esclerose múltipla pode vir a prejudicar o bom andamento do trabalho”, desabafou.
Revelação da doença
Guta Stresser, mais conhecida como Bebel, de A Grande Família, concedeu uma entrevista exclusiva à Veja, em junho do ano passado, e revelou que sofre com esclerose múltipla, uma doença neurológica autoimune crônica provocada por mecanismos inflamatórios e degenerativos. À revista, a atriz deu um depoimento emocionante.
“Comecei a esquecer palavras bem básicas, como copo e cadeira. Se ficava duas horas parada assistindo a um filme na TV, logo sentia dores musculares. Tinha formigamentos frequentes nos pés e nas mãos, enxaquecas fortíssimas e variações de humor. O pior era um zumbido constante no ouvido. Parecia que havia ali um fio desencapado, provocando um curto-circuito na minha cabeça”, explicou Stresser, contando sobre os primeiros sintomas que sentiu.
A eterna Bebel também relembrou quando fez os primeiros exames e descobriu a doença. “Após uma ressonância magnética, recebi enfim o diagnóstico: esclerose múltipla. O médico explicou que se trata de uma doença autoimune em que o próprio corpo ataca a mielina — a capa de gordura que reveste os neurônios e ajuda nas conexões da mente”, completou.
“Perdi o chão na mesma hora. Nem sabia direito o que era aquilo, só que afetava o cérebro, e só isso me soou aterrorizante”, disse Guta Stresser.
A atriz também contou que os médicos ainda não sabem o que causa a esclerose múltipla. “Os especialistas não sabem por que esse processo é desencadeado. O que está comprovado é que atinge os movimentos e a fala. Tive muito medo. Pela minha cabeça se desenrolava um filme em que eu ficava completamente incapacitada”, pontuou a atriz, que finalizou mostrando esperança para viver com a doença.
“Mas, com a ajuda do neurologista, entendi que diagnóstico não é sentença e que, apesar da doença não ter cura, ela tem, sim, tratamento”, explicitou.
Tratamento no SUS com canabidiol
Após revelar ter sido diagnosticada com esclerose múltipla há cerca de 1 ano, Guta Stresser contou que está fazendo o tratamento pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O imunomodulador Fumarato de Dimetila, remédio de alto custo usado no tratamento da atriz, custaria cerca de R$ 6 mil na rede privada.
“Estou super fechada com a farmácia do SUS. Esse mecanismo de acesso a medicamentos funciona muito bem […] Quando se fala de esclerose múltipla, é preciso lembrar que existem vários tipos da doença e vários tipos de medicamento para tratá-la, e nem toda pessoa se adapta ao mesmo remédio”, explicou ela, em entrevista ao jornal O Globo.
De acordo com a eterna Bebel de A Grande Família, no começo do tratamento ela chegou a ter uma reação alérgica. “Fiquei com a pele muito vermelha, sentindo calor. Minha médica falou para insistir e, com o tempo, fui me adaptando”, contou.
Além do imunomodelador, Guta também tem usado o óleo de canabidiol, derivado da Cannabis, em seu tratamento. “O canadibiol entra mais como um amigo. Acredito muito na potência da Cannabis na redução de determinados problemas. Ouço muitos relatos de pessoas que sentem o mesmo com o uso do canadibiol”, relata a artista.