Assim é se lhe parece. Ou: o que importa é a versão, não o fato.
O governo é capaz de citar uma série de iniciativas que provam que ele está ativo e fazendo o bem. A impressão que dá não é essa.
O péssimo gerenciamento do episódio Waldomiro Diniz [o funcionário da Caixa Econômica envolvido em corrupção] permitiu à oposição carimbar na testa do governo três fortes marcas que lá permanecem:
- O governo está parado; nada acontece; nada anda;
- O presidente não manda; há uma crise de autoridade;
- O presidente é um homem despreparado; não está à altura do cargo.
Uma comunicação eficiente poderia atenuar – só atenuar – os efeitos das três marcas. Mas essa comunicação não existe.
Há duas opiniões quase consensuais dentro do governo – que por consensuais, não necessariamente produzirão consequências.
A primeira: a política econômica tem de mudar. Salvo se Lula se contentar com um só mandato e o PT com a derrota anunciada nas eleições de 2006.
A segunda opinião consensual – até mais do que a primeira: depois de quase um ano e meio, está mais do que na hora de o governo dispor de uma política de comunicação eficiente.
Tamanha é a zorra nessa área que o poderoso ministro Luís Gushiken não se entende com o poderoso marqueteiro Duda Mendonça. Mal se falam. Vivem às turras.