O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (23/1) que a pasta vai apresentar até o fim de janeiro a conta para uma nova revisão na faixa de isenção do Imposto de Renda, aumentando a faixa para abarcar o novo salário mínimo (de R$ 1.412 a partir deste ano).
Indagado por jornalistas sobre a revisão da tabela do IR, Haddad respondeu:
“Estamos vendo, até o final do mês a gente vai ter essa conta. Este mês ainda a gente vai ter a conta”.
Também nesta terça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou o compromisso de chegar até o final do seu mandato isentando quem ganha até R$ 5 mil.
Em 2023, uma medida provisória alterou a faixa de isenção do Imposto de Renda de R$ 1.903,98 para R$ 2.112. Para isentar quem recebia até dois salários mínimos, o texto incluiu um desconto mensal de R$ 528 na fonte.
Porém, neste mês, o governo definiu um novo salário mínimo de R$ 1.412 a partir de janeiro, ou seja, com pagamento em fevereiro. A mudança tornou necessário um novo ajuste na tabela de isenção para garantir o benefício.
Até o ano passado, quando o piso era de R$ 1.320, quem ganhava até dois salários mínimos (R$ 2.640) tinha um desconto de R$ 528 e, na prática, ficava isento. Agora, porém, dois salários mínimos equivalem a R$ 2.824 e essa parcela da população que ganha até dois salários mínimos volta a ser tributada.
IR: quem ganha dois salários mínimos volta a ser tributado. Entenda
Segundo o presidente, há uma incongruência na tabela do imposto. “Nesse país, quem vive de dividendo não paga imposto de renda, e quem vive de salário paga imposto de renda”.
“Haddad sabe que nós temos que fazer esses ajustes, eles são difíceis. Porque na hora que a gente abre mão de um dinheiro, a gente tem que saber da onde pegar outro dinheiro”, explicou o presidente.