Ibaneis diz se preocupar com integrantes do PCC morando no Entorno

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A instalação do crime organizado no Entorno do Distrito Federal gera preocupação no Executivo local. Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, o governador Ibaneis Rocha (MDB) declarou que membros de organizações criminosas estão comprando comércios e residências nas cidades próximas ao DF. Esse movimento, segundo Ibaneis, gerou um aumento de crimes como tráfico de drogas na capital federal.

Recentemente, a cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) teria divulgado um “salve”, espécie de ordem para que todos os integrantes da facção espalhados pelo país levantem informação sobre servidores dos sistemas penitenciários, inclusive do DF. A intenção seria conseguir benefícios dentro do Complexo Penitenciário do DF, conhecido como Papuda.

Para Ibaneis, as ações de organizações como o PCC estão se aproximando do DF devido à transferência de grandes nomes desses grupos para o Presídio Federal do DF.

“Vemos com muita preocupação, porque eles vão tomando conta do Entorno, comprando residências, estabelecimentos comerciais. Isso tudo por conta dessa aproximação [do PCC]. O aumento do tráfico de entorpecentes é uma coisa que gera a chegada desses grupos criminosos, e também o fato de terem trazido criminosos para o Presídio Federal do Distrito Federal. Isso faz com que eles consigam se alocar nessas regiões mais próximas do presídio para obter o contato com esses líderes do PCC”, disse o governador. 

O chefe do Executivo local garantiu que as forças de segurança estão treinadas e atentas para as movimentações. “Estamos trabalhando com muita eficiência, principalmente na área de investigação. A gente tem deflagrado algumas operações. A gente que tem convicção de que estamos preparados para o enfrentamento com essas forças, que são muito perigosas. Temos consciência que a nossa polícia tem preparo para resolver esse problema”, completou Ibaneis. 

Ainda em relação à segurança, Ibaneis considerou que o DF é um local seguro, mas destacou ser necessário reforçar a segurança em algumas áreas. “Precisamos aumentar essa sensação de segurança, principalmente nas cidades satélites, onde a gente ainda tem um índice de criminalidade muito grande, em especial em Ceilândia, Sol Nascente e algumas regiões mais violentas”.

Forças de segurança

Sobre o déficit de policiais civis e militares no DF, o governador afirmou que pretende publicar um chamamento de 300 candidatos para a Polícia Civil (PCDF) ainda em dezembro deste ano. Para a Polícia Militar (PMDF), Ibaneis disse esperar a conclusão do concurso que ficou suspenso por 56 dias.


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“Nós temos uma previsão de fazer um chamamento de um grupo de policiais civis. Agora, nesse período, estamos aguardando a conclusão do concurso da Polícia Militar, que tem suspenso, por decisão do Supremo Tribunal Federal, em relação à cota de mulheres para o concurso. Graças a Deus, chegamos a um acordo e a gente espera que, após a conclusão, comecemos a chamar esses grupos de policiais militares”.

Em relação ao déficit, Ibaneis afirmou que houve um movimento de aposentadoria muito grande nas forças de segurança por conta das mudanças na previdência em todo o país nos últimos anos. 

Feminicídio

Este ano, até a metade de dezembro, o DF registrou 32 feminicídios — número quase 100% maior do que os 18 crimes do tipo registrados em 2022. Ibaneis frisa que o governo local trabalha para tentar diminuir a ocorrências de feminicídios e destaca a criação do auxílio para órfãos de vítimas do feminicídio — regulamentado em 8 de dezembro.

“Infelizmente, este ano, nós tivemos um aumento no número de feminicídios. A ideia da nossa vice-governadora [Celina Leão] foi tentar minimizar esse sofrimento. Muitas vezes essas crianças ficavam totalmente abandonadas. Os pais se suicidam muito após a prática do feminicídio, ou vão presos, e as crianças ficam sem nenhum tipo de amparo”. 

O governador espera que o cadastramento dessas crianças seja feito “o mais rápido possível” para que os pagamentos do auxílio sejam iniciados.

“É um crime que abala muito a sociedade e abala muitas famílias. É um crime de difícil solução, de difícil erradicação. A gente vem trabalhando em conjunto Secretaria Tribunal de Justiça Federal, Ministério Público, Defensoria Pública, entidades da sociedade civil, Secretaria da Mulher”, completou. 

https:metropoles

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