Conforme já anunciado pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o embaixador brasileiro no país foi chamado para uma reunião. No entanto, o ministro do Exterior, Israel Katz, detalhou que fará uma reprimenda a Daniel Zohar Zonshine (foto principal) nesta segunda-feira (19/2).
O ato acontece por conta das declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre as ofensivas militares contra o Hamas dentro da Faixa de Gaza, comparando com as ações de Hitler contra os judeus durante o nazismo.
“Ninguém vai comprometer o direito de Israel se defender”, postou Katz no X (ex-Twitter). “As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e sérias”, também escreveu.
A reprimenda vai acontecer no Memorial do Holocausto Yad Vashem. Aliás, Dani Dayan, presidente do Yad Vashem, criticou duramente Lula, afirmando que o discurso representava “anti-semitismo flagrante” e “uma combinação ultrajante de ódio e ignorância”.
“Comparar um país que luta contra uma organização terrorista assassina com as ações dos nazistas no Holocausto é digno de toda condenação. É triste que o presidente do Brasil tenha descido a tal nível de distorção extrema do Holocausto”, afirmou Dayan.
O próprio Netanyahu apontou que o brasileiro “ultrapassou a linha vermelha”. “As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e alarmantes. Isto é uma banalização do Holocausto e uma tentativa de prejudicar o povo judeu e o direito de Israel de se defender”, discursou.
A ofensiva começou no dia 7 de outubro do ano passado, quando o Hamas invadiu o sul do país, matou cerca de 1.140 civis e militares e fez centenas de reféns. Por outro lado, o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza diz que 28.775 palestinos foram mortos, enquanto 68.552 acabam feridos pela retaliação israelense.
O que Lula falou sobre Israel
Um dia após se reunir com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou os ataques à Faixa de Gaza ao massacre promovido por Hitler contra judeus no século XX. A declaração foi dada neste domingo (18/2), em coletiva de imprensa ao encerrar o giro do presidente brasileiro pela África.
Questionado sobre a suspensão recente de ajuda humanitária aos palestinos chamou o que classificou de “mundo rico” de “essa gente” e rebateu: “Qual é o tamanho da consciência política dessa gente e qual é o tamanho do coração solidário dessa gente que não está vendo que na Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio?”.
Segundo ele, não é uma guerra entre soldados e soldados, mas “uma guerra de um Exército altamente preparado e mulheres e crianças”. “Se teve algum erro nessa instituição que recolhe dinheiro, puna-se quem errou, mas não suspenda a ajuda humanitária para o povo que está há tantas décadas tentando construir o seu Estado”.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”.