O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se encontra mais uma vez nesta segunda-feira (30/10) para tratar da guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas, da Palestina, e as consequências vividas na Faixa de Gaza. O Brasil preside temporariamente o grupo.
A reunião foi um pedido dos Emirados Árabes. Na sexta-feira (27/10), a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução pelo cessar-fogo entre os israelenses e membros do Hamas. No entanto, a medida tem caráter recomendatório, ou seja, os envolvidos no conflito não são obrigados a acatá-la.
Isso porque o Conselho de Segurança é o único dos órgãos da ONU com capacidade de promover soluções obrigatórias, enquanto a Assembleia Geral gera apenas recomendações.
Dessa forma, o governo de Israel anunciou que não irá cumprir a sugestão. “Rejeitamos abertamente o apelo desprezível da Assembleia Geral da ONU a um cessar-fogo. Israel pretende eliminar o Hamas tal como o mundo lidou com os nazistas e o Isis [Estado Islâmico]”, falou o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, na rede social X (antigo Twitter).
O Conselho de Segurança da ONU, até o momento, já se debruçou sobre quatro minutas de resolução, inclusive do Brasil, mas em nenhum dos casos houve consenso para a aplicação de medidas capazes de frear o conflito.
Pedido de cessar-fogo da ONU
O texto aprovado pela assembleia da ONU é de autoria da Jordânia e contou com o apoio de mais de 40 países, entre eles Egito, Omã e Emirados Árabes. Além de pedir cessar-fogo “imediato, duradouro e firme”, a resolução defende a garantia de ajuda humanitária.
A resolução ainda apela pela “libertação imediata e incondicional” de todos os civis mantidos em cativeiro.
A minuta apresentada pelos países árabes, porém, não tinha uma condenação direta à ação do Hamas em 7 de outubro, data do recomeço do conflito armado. Uma emenda apresentada pela delegação do Canadá propunha a medida, mas não passou.
Israel em Gaza
Cercada por Israel, a Faixa de Gaza já vivia uma crise humanitária desde o começo da guerra. Além de estar no meio do conflito, a força israelense impedia a entrada de suprimentos, como água, comida e remédios.
Articulações da ONU e da Organização Mundial da Saúde (OMS) conseguiram aberturas humanitárias para o envio desses mantimentos.
A crise em Gaza piorou na última semana, com a invasão terrestre de Israel. O chefe do Estado-Maior israelense, general Herzi Halevi, afirmou em transmissão na TV que o conflito entre o país e o grupo extremista Hamas está passando para um próximo estágio.
“Essa guerra tem etapas e hoje passamos para a próxima etapa. As nossas forças estão atualmente a operar no terreno na Faixa de Gaza”, definiu o militar.