A Justiça Federal no Amazonas definiu as datas da novas audiências de instrução e julgamento sobre os assassinatos do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. Os atos serão realizados nos dias 17, 20 e 27 de julho.
As primeiras audiências do caso foram realizadas em março e os réus Amarildo da Costa Oliveira, conhecido pelo “Pelado”; Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Dantos”; e Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha” foram ouvidos em maio.
No entanto, nem todas as testemunhas de defesa apresentadas pelos advogados foram ouvidas pela justiça. Com isso, os defensores entraram com um recurso no Tribunal Regional da 1ª Região (TRF-1) para conseguir o direito de ouvir as pessoas.
O pedido foi aceito e os desembargadores também mandaram anular os interrogatórios dos réus e refazê-los somente ao fim dos depoimentos das novas testemunhas.
No despacho que marcou as novas audiências, o juiz Fabiano Verli, que preside a ação penal, mandou que seja dada preferência a oitiva das testemunhas de forma presencial.
“A secretaria deverá organizar a ordem de oitiva priorizando os moradores de área rural ou outros municípios nos primeiros horários do dia da audiência”, determinou.
Ainda segundo Verli, o último dia das audiências será reservado para ouvir aquelas testemunhas que a justiça não tenha conseguido ouvir nos primeiros dias, bem como os novos interrogatórios de Amarildo, Oseney e Jefferson.
Caso Bruno e Dom
Os assassinatos de Bruno e Dom expuseram o grave problema da insegurança no Vale do Javari, segunda maior reserva indígena do país.
Bruno e Dom desapareceram quando faziam uma expedição para uma investigação na Amazônia, e foram vistos pela última vez no dia 5 de junho de 2022, quando passavam em uma embarcação pela comunidade de São Rafael.
De São Rafael, seguiriam para Atalaia do Norte. A viagem de 72 quilômetros deveria durar apenas duas horas, mas eles nunca chegaram ao destino.
As vítimas teriam foram mortas a tiros e os corpos, esquartejados, queimados e enterrados.
Segundo laudo de peritos da PF, Bruno foi atingido por três disparos, dois no tórax e um na cabeça. Já Dom foi baleado uma vez, no tórax.
Os restos mortais dos dois foram encontrados em 15 de junho.
Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos santos”, e Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”, foram presos suspeitos de cometerem os assassinatos.
Além dos três acusados, no fim de janeiro, a Polícia Federal (PF) apontou Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como “Colômbia”, como o mandante dos homicídios.
Colômbia está preso desde dezembro do ano passado. Ele chegou a ser solto após pagar uma fiança de R$ 15 mil, em outubro. A prisão foi decretada novamente pela Justiça Federal após ele descumprir condições impostas quando obteve liberdade provisória. Colômbia também é investigado por pesca ilegal e tráfico de drogas.
Segundo as investigações, “Colômbia” tinha relação direta com Amarildo. No processo, o Ministério Público Federal denunciou Amarildo, Oseney e Jefferson pelo assassinato das vítimas. De acordo com o superintendente, Colômbia também será indiciado.