Representantes da rede social chinesa Kwai estiveram em Brasília, nesta semana, para uma reunião com o Ministério da Justiça e com a Secretaria de Políticas Digitais, pasta que está subordinada à Secretaria de Comunicação Social (Secom).
O Brasil é o maior mercado internacional do Kwai, com 48 milhões de usuários. A rede social veio à capital federal prestar explicações sobre irregularidades e violações denunciadas por reportagens da revista Piauí e do site Núcleo Jornalismo.
Uma reportagem escrita por Pedro Pannunzio mostrou que o Kwai clonou perfis de usuários de outras redes sociais, contratou agências para produzir conteúdos virais com fake news e impulsionou candidatos à Presidência na eleição de 2022, o que contraria as regras do TSE.
Já a reportagem assinada por Pedro Nakamura, Rodolfo Almeida e Alexandre Orrico revelou que o Kwai está infestado de vídeos, comentários e perfis que sexualizam crianças e adolescentes. A rede social não aplicou a devida moderação para conter a proliferação dos conteúdos.
A coluna apurou que o Ministério da Justiça e a Secretaria de Políticas Digitais avaliam quais serão os próximos passos e se moverão ações contra o Kwai. Um inquérito foi aberto pelo Ministério Público Federal (MPF) para investigar as denúncias contra a rede social.
O Kwai afirmou que “reitera o compromisso com as leis e regulamentações brasileiras e, por isso, colabora integralmente com as autoridades de forma proativa, visando a esclarecer dúvidas e a aprimorar processos”. A empresa declarou que “reconhece a importância de trabalhar em parceria com entidades civis e governamentais e está em constante evolução, buscando novas formas de melhorar os seus mecanismos e políticas para garantir um ambiente digital cada vez mais seguro e saudável para todos os usuários”.