Em 2 de agosto de 2023, o gabinete da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi vasculhado pela Polícia Federal (PF). À época, os agentes procuravam documentos que comprovassem a ligação de Zambelli com o hacker Walter Delgatti Neto, acusado de tentar invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) a pedido da deputada.
Naquele dia, deputados procuraram pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em seu gabinete e ligaram para o seu celular em busca de um “respaldo”. Não tiveram resposta. É o mesmo que deve acontecer com Carlos Jordy (PL-RJ), alvo da 24ª fase operação da operação Lesa Pátria.
Lira deve escolher o silêncio. Mesmo provocado por congressistas da oposição, o presidente da Câmara não quer comprar animosidade com o Supremo Tribunal Federal, sobretudo com o ministro Alexandre de Moraes.
Antes de Zambelli e Jordy, a última vez que a PF fez uma operação de busca e apreensão na Câmara foi em 2020. À época, os agentes foram ao gabinete da então deputada Rejane Dias (PT-PI), esposa do ministro Wellington Dias (Desenvolvimento Social), que era investigada por um suposto esquema de fraudes no transporte escolar do Piauí. Sob presidência de Rodrigo Maia (PSDB), a Mesa Diretora da Câmara acionou o STF para barrar a entrada da PF, mas a Corte negou.
Vale lembrar que a PF foi à Câmara em 2022 para cumprir ordem de Moraes e recolocar tornozeleira eletrônica em Daniel Silveira.