Um dia após se reunir com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou os ataques de Israel na Faixa de Gaza ao massacre promovido por Hitler contra judeus no século XX. A declaração foi dada neste domingo (18/2), em coletiva de imprensa ao encerrar o giro do presidente brasileiro pela África.
Questionado sobre a suspensão recente de ajuda humanitária aos palestinos chamou o que classificou de “mundo rico” de “essa gente” e rebateu: “Qual é o tamanho da consciência política dessa gente e qual é o tamanho do coração solidário dessa gente que não está vendo que na Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio?”.
Segundo ele, não é uma guerra entre soldados e soldados, mas “uma guerra de um Exército altamente preparado e mulheres e crianças”. “Se teve algum erro nessa instituição que recolhe dinheiro, puna-se quem errou, mas não suspenda a ajuda humanitária para o povo que está há tantas décadas tentando construir o seu Estado”.
E completou:
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”.
Estado Palestino
O Brasil defende na Organização das Nações Unidas (ONU) o reconhecimento do Estado Palestino como Estado pleno e soberano. A defesa da Palestina incluiu a Faixa de Gaza e Cisjordânia, com Jerusalém oriental como capital.
Neste domingo, Lula voltou a dizer que condena os ataques do Hamas contra civis israelenses, mas também criticou o governo israelense. “O Brasil condenou o Hamas, mas o Brasil não pode deixar de condenar o que o Exército de Israel está fazendo na Faixa de Gaza”.
Ele ainda creditou o conflito no Oriente Médio e a guerra na Ucrânia à falta de uma instância de deliberação. “Nós não temos governança”, considerou.
A Faixa de Gaza é governada pelo Hamas desde 2006, após o grupo vencer as eleições parlamentares daquele ano. Desde outubro de 2023, quando terroristas do Hamas praticaram atentados, há um conflito armado na região, com ataques diários de Tel Aviv. Hoje, a Autoridade Palestina não tem nenhuma influência em Gaza.