A popularidade de Lula vai bem, obrigado. Se comparada com a de líderes das maiores potências do mundo, vai muito bem, obrigado. Sem esquecer que cada um deles atravessa momentos de governo diferentes.
Medida pelo Datafolha, a rejeição a Lula é de 33%. Sabe quanto é a de Emmanuel Macron, presidente francês que visitou o Brasil nos últimos três dias? 71% de rejeição. A de Olaf Scholz, primeiro-ministro alemão, é de 73%.
Dados coletados de 26 de fevereiro a 6 de março de 2024, e publicados ontem pelo jornal The New York Times, conferem a Yoon Suk Yeol (Coreia do Sul) e a Fumio Kishida (Japão) 70% de rejeição. A Rishi Sunak (Reino Unido), 66%.
Depois deles, vem Justin Trudeau (Canadá) com 59%, Joe Biden (EUA) com 54% e Alexander De Croo (Bélgica) com 46%. Sim, Biden não vai tão mal como parece, embora isso não garanta que ele poderá derrotar Donald Trump.
Mais de 60 países — metade da população mundial — votarão ou já votaram este ano. Por que as pessoas estão tão chateadas com seus líderes? – pergunta o jornal. Algumas explicações são locais, mas quatro globais.
As globais: inflação, imigração, desigualdade e incumbência. A inflação no Brasil segue sob controle, mas os preços dos alimentos aumentaram. Imigração é um problema que se agrava na Europa e nos Estados Unidos.
Desigualdade, aqui, é problema, mas há muito e muito tempo. Incumbência, não é. Os eleitores tendem a cansar-se dos líderes à medida que eles permanecem muito tempo no poder; é o que os cientistas políticos chamam de “o custo de governar”.
A favor de Lula tem o fato de que só governa há um ano e três meses. Mas pode pesar contra ele o fato de que já governou durante oito anos consecutivos, elegeu e reelegeu seu sucessor. Lula pensa em disputar mais um mandato. Aí é que o bicho pode pegar.