Lula recorda Betinho ao inaugurar fábrica de remédios contra hemofilia

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou da inauguração de uma fábrica de medicamentos, no Complexo da Hemobrás, em Goiana, Pernambuco, na tarde desta quinta-feira (4/4).

A fábrica será voltada à produção do Hemo-8r, usado no tratamento de pacientes diagnosticados com hemofilia A, o tipo mais comum da doença. A expectativa é o medicamento produzido no local seja distribuído ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Em discurso, o chefe do Executivo lembrou da história dos irmãos Herbert de Souza, o Betinho, e Henrique de Souza Filho, o Henfil, ambos hemofílicos, que faleceram em decorrência a complicações do HIV que contraíram nas constantes transfusões de sangue às quais eram submetidos. Na época, na década de 1980, os tratamentos contra a doença eram limitados.

“Em meio à luta por um país melhor, Betinho e Henfil travaram uma dura batalha contra as consequências e complicações da hemofilia. Era um tempo em que pessoas com hemofilia sofreram com a falta de tratamento profilático, constantes internações e transfusões de sangue”, destacou Lula.

“Perdemos vidas precocemente por não termos tratamento adequado aos portadores de hemofilia. Perdemos o Betinho, perdemos o Henfil, perdemos muitos companheiros nossos e perdemos muitos brasileiros e brasileiras”, seguiu o presidente.

O governo estima a produção de 1,2 bilhão de unidades do remédio por ano, o que seria suficiente para atender 100% da demanda no SUS. Atualmente, cerca de 15 mil pessoas convivem com a hemofilia no Brasil.

A inauguração da fábrica contou com a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade. A chefe da pasta afirmou que o governo pretende, no futuro, fornecer os medicamentos a outros países.

O presidente Lula também defendeu a capacidade do Brasil em ampliar a produção de insumos na área da saúde para reduzir a dependência do país na importação de produtos.

“A inauguração dessa planta não marca apenas o início da produção nacional de todo o parque da Hemobras. É também uma resposta concreta à estratégia nacional para o desenvolvimento do complexo econômico-industrial da saúde que lançamos ano passado”, pontuou o chefe do Executivo.

“Nosso objetivo, ao criar essa estratégia, é expandir a produção nacional de itens prioritários para o SUS,  além de reduzir nossa dependência de insumos, medicamentos, vacinas e outros produtos estrangeiros da saúde.”

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