Estudos que investigam o desenvolvimento sexual e as interações homossexuais entre animais têm aumentado nos últimos anos. Desta vez, pesquisadores do Imperial College London, no Reino Unido, observaram o comportamento social dos macacos rhesus, durante três anos na ilha de Cayo Santigo, em Porto Rico. Segundo os cientistas foram observadas altas taxas de interações homossexuais entre os primatas.
A pesquisa analisou 236 machos — dos 1.700 animais que vivem na região. Cerca de 72% desses machos tiveram contato sexual com outros. As relações com animais do mesmo sexo contabilizaram 1.017 ao longo da pesquisa, enquanto que as interações com as fêmeas somaram 722.
Na pesquisa, foi constatado que as interações entre os animais do sexo masculino geraram uma espécie de parceria entre eles, o que é visto como positivo para o convívio e sobrevivência da espécie. “Acreditamos que o sexo que eles fazem os ajuda a se relacionar. Aparentemente, é justamente essa parceria que favorece o acesso às fêmeas e seu sucesso reprodutivo. O fato de terem relacionamentos homossexuais não significa que eles tenham menos relacionamentos heterossexuais”, explicou o cientista Vincent Savaloinen.
Os pesquisadores também notaram que a genética e a idade são fatores que influenciam no comportamento sexual dessa espécie de macaco. “Aproximadamente 6,4% da variabilidade no comportamento sexual se deve aos genes”, ressaltou Vincent. Ao que tudo indica, os primatas diminuem a interação sexual com outros machos com o passar dos tempos, o que pode significar que os macacos têm mais interações sexuais antes de acasalar com fêmeas ao longo da vida.
Quebrando tabus
“Infelizmente, ainda há uma crença entre algumas pessoas de que o comportamento entre pessoas do mesmo sexo é ‘antinatural’ e, infelizmente, alguns países ainda aplicam a pena de morte para a homossexualidade. Nossa pesquisa mostra que o comportamento do mesmo sexo é de fato difundido entre os animais não humanos. Nossa missão é promover a compreensão científica do comportamento entre pessoas do mesmo sexo, incluindo a exploração dos benefícios que ele traz para a natureza e para as sociedades animais”, frisou o pesquisador.
O estudo foi publicado na revista Nature Ecology & Evolution.
As informações são do Correio Braziliense.
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