De filho, de filha, de filhos, de filhas, de LGBTQIAPN+. Mães de muitos filhas e filhos, de poucos, de um/a só.
Mães.
Que criam filhos. Que, em encontros de amor, ganham filhas e filhos que não nasceram seus.
Mães.
De filhos saudáveis. De filhos doentes.
Mães.
Que celebram vitórias, pequenas e grandes glorias das suas meninas, dos seus meninos, dos seus.
Mães.
Que enterram filhas e filhos – crianças, jovens adultos.
Mães.
No Brasil, a cada 10 mulheres, 7 são mães. E metade delas são mães solo. Por aqui, há 11 milhões de mães solo. Metade das mães brasileiras são solo e 69% das mulheres no país têm ao menos 1 filho.
15% dos lares brasileiros são chefiadas por mães solo. Na América Latina e Caribe são 11%. No mundo todo 8%.
Segundo a pesquisa, entre as mães solo, 18% estão desempregadas e 44% sobrevivem com até R$ 1.212 por mês.
Haja força. Haja coragem. Haja mãe! Pra elas, nosso respeito, nossa solidariedade, todas as homenagens – todos os dias.
Somos milhares. Os 8 bilhões de habitantes do mundo são filhos da mãe. Ou de mães, para fugir da má interpretação.
Não há atalhos. Gente nasce da barriga das mães. É karma e benção. Muito longe de padecer num paraíso – para as brancas e privilegiadas. Padecimento de pouco paraíso para mães solo – a maioria pretas e pobres.
Mas, no segundo domingo de maio, é dia de celebrar todas – por filhos bons e agradecidos e até pelos maus e pouco agradecidos.
Sem idealizações. No universo das mães, há também filhas e filhos maus. Alguns assustadoramente maus. Mas, no segundo domingo de maio até esses são perdoados.
Sem aura azul de santa, também nós mães estamos longe da perfeição. Mas a gente se esforça…
Além da característica de amar desmedido, amor que é também folgado e espaçoso, mãe tem mania de perdoar até o que doeu muito. (Sem dourar a pílula, nem todas, mas a maioria).
São as mães do perdão e do suporte eterno que, no segundo domingo de maio, lotam os pátios das cadeias pra celebrar seu dia com os filhos e filhas – os que derraparam na vida.
De todas as classes sociais, mães (ou a maioria de nós) têm o perdão guardado na bolsa de uso diário. Às vezes, oferecemos até para quem não pede, nem merece. Coisa de mãe. Que também erra.
No coração mole das mães, só amor por neto tem mais espaço do que amor por filho.
Coisas de mãe.
Donas de acertos e desacertos, mãe é mãe. Mas só mãe, não divindade.
Feliz dia das mães!
Tânia Fusco é jornalista