Manifestantes pró-Palestina são detidos em universidade dos EUA

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“Como parte da evacuação do campus universitário, quase 100 pessoas foram detidas pela polícia. Os estudantes que apresentaram o documento de identificação da Universidade Northeastern foram liberados (…) Aqueles que se negaram a comprovar o vínculo foram detidos”, informou o centro universitário na rede social X.

A universidade destacou que, durante a noite de sexta-feira (26/4), os manifestantes proferiram “violentos insultos antissemitas”.

As manifestações de apoio aos palestinos e contra a guerra travada por Israel na Faixa de Gaza começaram na semana passada na Universidade de Columbia, em Nova York, nos Estados Unidos, e se propagaram por vários campi norte-americanos, da Califórnia à Nova Inglaterra (nordeste), passando pelo sul do país.

“O que começou há dois dias como um protesto estudantil foi infiltrado por organizadores profissionais sem ligação com a Universidade Northeastern”, denunciou o centro de ensino de Boston, cidade histórica do nordeste dos Estados Unidos que também abriga a renomada Universidade de Harvard.

Os estudantes detidos no campus serão submetidos a “procedimentos disciplinares”, mas “não a medidas jurídicas”, segundo o comunicado da universidade.

A reitoria da Universidade Columbia, epicentro do movimento, anunciou que desistiu de recorrer à Polícia de Nova York (NYPD) para esvaziar o acampamento instalado em seu campus, ao norte da ilha de Manhattan, mas afirmou que um dos líderes do movimento foi proibido de entrar na área da universidade.

Mobilização na França

Na França, a mobilização pró-Palestina ocorreu na Sciences Po Paris, onde estudantes passaram a noite de quinta-feira (25/4) no prédio histórico da escola e bloquearam a principal entrada. A Sciences Po tem aliança com a Columbia, de Nova York.

Neste sábado (27/4), o primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, disse que “nunca haverá direito ao bloqueio” nas universidades. A mobilização pró-Palestina na Sciences Po, em Paris, acabou com um acordo entre manifestantes e a administração da insituição.

“Nunca haverá direito ao bloqueio, nunca haverá tolerância com a ação de uma minoria ativa e perigosa que procura impor as suas regras aos nossos alunos e aos nossos professores”, declarou Attal.

O primeiro-ministro lamentou “o espetáculo comovente e chocante” do bloqueio e ocupação parcial do estabelecimento de ensino parisiense por manifestantes pró-Palestina, que durou até sexta-feira (26/4) e se transformou num confronto tenso com outros manifestantes pró-Israel.

A situação se acalmou à noite, depois de a administração ter anunciado a suspensão dos processos disciplinares e a organização de um debate interno na próxima semana.

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