“Ter parentes próximos, como mãe e avô [paterno], diagnosticados com câncer pode aumentar o risco, mas não é uma sentença definitiva”, argumenta o médico Olavo Siqueira sobre os príncipes George, Charlotte e Louis, filhos de Kate Middleton e netos do rei Charles III. Tanto a princesa de Gales quanto o monarca britânico estão em tratamento contra a doença.
Para entender se George, Charlotte e Louis teriam maior predisposição para o câncer, a Coluna Claudia Meireles conversou com Siqueira, que atende no Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Santa Lúcia, em Brasília. De acordo com o especialista, o fato de o trio infantil ter parentes com a patologia “não significa, necessariamente, que eles desenvolverão a doença”.
Kate Middleton, príncipe George e princesa Charlotte
Kate Middleton e príncipe George
Kate Middleton e príncipe William com George
Príncipe George e princesa Charlotte com Kate Middleton
Kate Middleton, príncipe William e princesa Charlotte
Princesa Charlotte e Kate Middleton
Princesa Charlotte e Kate Middleton
Kate Middleton e príncipe Louis
Kate Middleton e príncipe Louis
Kate Middleton e príncipe Louis
0
“É muito mais perigoso, do ponto de vista da genética médica, que dois familiares do mesmo ramo (materno ou paterno) tenham o diagnóstico de câncer, do que um familiar de cada ramo”, explica.
O expert salienta que a doença pode ter causas genéticas, ambientais e comportamentais. Atualmente, George, Charlotte e Louis estão com 10, 8 e 5 anos, respectivamente.
O oncogeneticista alega ser um mito falar que um indivíduo tem maior predisposição para o câncer quando a mãe foi diagnosticada com a doença, em comparação com quando o pai apresentar a patologia. “É importante ressaltar que o risco de câncer é determinado por uma interação complexa de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida, e não apenas pelo histórico em um dos pais”, atesta.
Conforme detalha Olavo, ambos os pais contribuem para a constituição da genética dos filhos. Ele acrescenta que o histórico de câncer em qualquer um dos progenitores pode aumentar o risco, embora em graus variados e dependendo de diversos fatores.
Estratégias
Como a mãe e o avô paterno foram diagnosticados com câncer, George, Charlotte e Louis talvez venham a precisar de cuidados médicos com o passar da idade para se prevenir ou detectar precocemente a doença. Até então, não houve revelação a respeito do tipo de patologia tanto do rei Charles quanto de Kate Middleton.
Segundo o médico, apenas a informação do diagnóstico da doença inviabiliza traçar estratégias de rastreamento de alto risco para as crianças da família de Gales. “É preciso uma avaliação completa do histórico da princesa Kate e do rei Charles, além de saber qual o tipo de câncer que eles foram diagnosticados”, pontua o oncogeneticista.
“Com essas informações, será possível realizar aconselhamento genético para entendermos quais serão as estratégias que poderemos traçar para prevenção”, assegura o especialista.
Genética ou estilo de vida
Alguma vez já se questionou sobre o câncer ter maior associação com a genética ou com o estilo de vida? O especialista detalha que existem genes capazes de elevar em 90% o risco da pessoas vir a desenvolver a doença.
“Não são todos os tipos de câncer em que a pessoa tem o diagnóstico de uma síndrome de predisposição para a doença. É importante destacar que a maioria dos cânceres não está relacionada por mutações genéticas hereditárias, mas sim por mutações genéticas adquiridas ao longo da vida, muitas vezes como resultado de exposição a fatores ambientais”, reforça.
Olavo salienta que há estimativas sobre 40% dos casos de câncer poderem ser prevenidos por meio de mudanças no estilo de vida. “Fatores como tabagismo, consumo excessivo de álcool, dieta não saudável, falta de atividade física, exposição ao sol sem proteção e obesidade estão associados a um risco aumentado de desenvolvimento de câncer”, lista.
O médico acrescenta que esses fatores estão “amplamente sob o controle individual e podem ser modificados por meio de escolhas de estilo vida saudável”.
“A prevenção do câncer é mais eficaz quando se adota uma abordagem holística, que se inclui compreender e mitigar os riscos genéticos, bem como incorporar um estilo de vida saudável e evitar a exposição a fatores ambientais nocivos”, pondera Olavo Siqueira.
Segundo o médico, quem almeja se prevenir do câncer deve adotar hábitos saudáveis. Ele elenca: “Atividade física regular, boa alimentação, bom sono, evitar exposição solar, tabagismo, etilismo e uso de drogas ilícitas”. O oncogeneticista explica que práticas que favorecem à saúde e ajudam na prevenção da doença devem começar desde a infância.
Kate com câncer
Princesa de Gales, Kate Middleton foi diagnosticada com a doença aos 42 anos. Questionado se o mundo enfrenta uma epidemia de câncer, Olavo Siqueira esclarece que a incidência da patologia em pessoas com menos de 50 anos tem sido motivo de preocupação crescente em muitos países.
O oncogeneticista elucida que os especialistas preferem usar o termo “epidemia de câncer em adultos jovens” para enfatizar esse aumento. “Vários fatores têm contribuído para esse fenômeno, incluindo mudanças nos padrões de estilo de vida, exposição a fatores ambientais e, principalmente, alterações na detecção e no diagnóstico da doença”, endossa.
O expert evidencia ser necessário mais pesquisas para entender completamente os fatores subjacentes que favorecem essa tendência e elaborar estratégias eficazes de prevenção e tratamento. “É importante que as pessoas estejam cientes dos fatores de risco para o câncer e adotem medidas de estilo de vida saudável para ajudar a reduzir seu risco de desenvolver a doença”, conclui o médico.
Para saber mais, siga o perfil de Vida&Estilo no Instagram.