Em busca de formas de aumentar sua receita, a Meta avalia exibir anúncios no WhatsApp, informou o jornal britânico Financial Times. As discussões sobre o tema ainda estão em estágio inicial e não há decisão sobre o assunto.
De acordo com a ferramenta de análise de dados móveis data.ai, o WhatsApp é a plataforma mais popular da Meta com cerca de 2,23 bilhões de usuários ativos mensais, o que acaba pressionando a empresa a buscar meios para ampliar os ganhos com o aplicativo.
Ao mesmo tempo, há preocupações na companhia de que a nova medida possa causar uma debandada de usuários para apps de conversa rivais, informou o FT.
Ed East, executivo da agência de publicidade Billion Dollar Boy, disse ao jornal britânico que certamente “há muitas oportunidades quando se trata de publicidade no WhatsApp”. Mas ele pondera que, caso o aplicativo passe a exibir anúncios, há risco da estratégia não ser bem aceita pelos usuários.
WhatsApp nega informação
Após divulgação da notícia sobre possível publicidade no WhatsApp pelo FT, o chefe do WhatsApp, Will Cathrcart, afirmou em publicação no X (antigo Twitter) que a informação não é verdadeira: “esta história do FT é falsa. Não estamos fazendo isso”, escreveu.
O FT disse que antes de publicar a matéria o WhatsApp não teria contestado a informação, limitando-se a dizer que não há como ter controle sobre todas as conversas que acontecem dentro da empresa, “mas não estamos testando isso, nem trabalhando nisso e não é de forma alguma nosso plano”.
´Sem anúncios’ era lema do WhatsApp
A frase “Sem anúncios! Sem jogos! Sem truques!” era o lema do WhatsApp. No entanto, tudo indica que o fim dessa posição está próxima. Pessoas próximas afirmaram a FT que a Meta também está analisando se passará a cobrar assinatura para usar o aplicativo de mensagens sem anúncio.
Hoje, o WhatsApp é uma das poucas plataformas sem publicidade. Segundo o FT, se lançado, os anúncios não iriam aparecer nas próprias conversas. Eles teriam uma interface semelhante ao Facebook Messenger e e-mails no Gmail.
A busca para reforçar a receita da empresa acontece em um período de incertezas. Investidores estão preocupados com a nova aposta da Meta na realidade virtual.
Neste ano, a dona do Facebook chegou a demitir milhares de funcionários, o que ajudou a melhor suas perspectivas. Em julho, a empresa reportou o primeiro crescimento da receita de dois dígitos desde 2021.