Metrópoles lança podcast sobre o Cinema Brasileiro

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Metrópoles estreia, nesta quinta-feira (2/4), o podcast Cinema Brasileiro. O novo projeto, com apresentação do cineasta Lino Meireles, vai revisitar a trajetória da sétima arte nacional, contando seus principais marcos, escolas e tradições. Os episódios serão lançados no YouTube, Apple Podcasts e Spotify.

A estreia traz uma conversa entre Lino Meireles e a cineasta Helena Ignez. Os dois dialogam sobre duas obras que marcaram o Cinema Novo e o Cinema Independente (Marginal).

No final da década de 1960, o Brasil se tornou palco de dois movimentos cinematográficos marcantes: o consolidado Cinema Novo, premiado internacionalmente, e o desafiador Cinema Independente (Marginal), que brotava em São Paulo como uma expressão completamente livre de regras e manifestos artísticos.

Enquanto o Cinema Novo buscava retratar a realidade social e política do país, denunciando as desigualdades e injustiças, o Cinema Independente emergia sem amarras, enfrentando resistências e sendo rotulado de forma pejorativa.

A disputa entre os dois movimentos foi intensa e durou décadas, e, por isso, neste episódio do podcast, Lino e Helena falam sobre dois clássicos com tramas e temas semelhantes, mas com propostas artísticas distintas: O Padre e a Moça e O Bandido da Luz Vermelha.

“Sou louco para exibir, acho que num só dia, numa sessão dupla, esses dois filmes. Eles parecem ter muita diferença entre si, mas conversam muito um com o outro. Acho que essa conversa se dá justamente num período importantíssimo do cinema brasileiro, um período de expansão artística que domina a história do nosso cinema, pelo menos no século 20”, afirma Lino Meireles.

Helena aponta como existia certa “má-vontade” com o Bandido da Luz Vermelha:

“Até isso diziam, né? Que o Bandido era um filme de direita. Quer dizer, foi perseguição forte. Tá aí, histórica, todo mundo sabe. É só abrir o Pasquim, que você vai ver a inteligência da época carioca, querendo destruir o jovem menino intelectual.”

Cinema Nacional é uma produção de Lino Meireles e do Metrópoles. Para acompanhar, basta se inscrever no canal do Metrópoles no YouTube ou seguir a página do podcast na sua plataforma de áudio preferida.

Helena Ignez

Helena iniciou sua carreira como modelo e concorreu ao Miss Bahia de 1958. Em 1959, por influência de Glauber Rocha, com quem se casaria, atuou pela primeira vez no curta-metragem Pátio, o primeiro da filmografia do diretor. Ao longo das décadas participou de inúmeros filmes, alguns dos quais renderam vitórias de prêmios importantes do cinema brasileiro.

Em meados dos anos 1970, sua carreira entra num hiato. Helena retornou à atuação a partir de meados dos anos 1980. Volta a atuar em filmes e peças e faz duas incursões na televisão nos anos 1990. Em 2005, dirigiu seu primeiro curta-metragem, A Miss e o Dinossauro, e em 2007, seu primeiro longa, Canção de Baal.



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