A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (9/4), a Operação Hybris. O objetivo é desarticular uma organização criminosa formada por milicianos e especializada na lavagem de capitais oriundos de atividades como jogo do bicho, agiotagem, extorsão e receptação qualificada. O grupo atua em Feira de Santana (BA) e cidades vizinhas.
A ação ocorreu junto à Receita Federal, ao Ministério Público da Bahia, à Força Correcional Integrada e à Corregedoria da Polícia Militar do estado.
As equipes cumpriram um mandado prisão preventiva, 17 de busca e apreensão, ordens para bloqueio de aproximadamente R$ 4 milhões das contas bancárias dos investigados, além da suspensão das atividades econômicas de uma empresa e de cinco policiais militares das funções públicas. As determinações partiram da 1ª Vara Criminal de Feira de Santana.
Participaram da operação cerca de 200 policiais federais e estaduais, bem como 13 auditores fiscais e analistas tributários da Receita Federal.
R$ 200 mi
O caso em investigação é um desdobramento da operação El Patrón, deflagrada em 7 de dezembro de 2023, a qual efetuou 10 mandados de prisão preventiva, 33 de busca e apreensão, bloqueio de mais de R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados e o sequestro de 26 propriedades urbanas e rurais, além da suspensão de atividades econômicas de seis empresas.
Segundo a PF, é importante frisar que uma das pessoas investigadas foi beneficiada, em dezembro, com a prisão domiciliar e, com o aprofundamento das investigações, evidenciou-se a imprescindibilidade do seu retorno à prisão, o que foi acatado pelo Poder Judiciário.
Ainda de acordo com a PF, o chefe da organização criminosa tem foro por prerrogativa de função. O nome do suspeito, no entanto, não foi divulgado. A Receita Federal, em cumprimento à ordem judicial, produziu relatórios apontando inconsistências fiscais dos investigados, movimentação financeira incompatível, assim como a propriedade de bens móveis e imóveis não declarados e indícios de lavagem de dinheiro.
Nessa nova fase da operação, verificou-se a participação de outros cinco policiais militares do estado da Bahia, inclusive de um tenente-coronel, os quais integrariam o braço armado do grupo miliciano, cujas atribuições seriam de fazer a segurança das variadas atividades ilícitas desenvolvidas pela organização, além de ocultarem a propriedade de bens e dissimularem valores angariados em decorrência de infrações penais.
A investigação continuará para apuração de eventuais outros envolvidos. Se condenados pelos crimes cometidos, os investigados se sujeitarão a penas máximas que, somadas, podem ultrapassar 50 anos de reclusão.