Em mais um passo para a invasão de Rafah, cidade mais ao sul da Faixa de Gaza e na fronteira com o Egito, os militares de Israel apresentaram um plano para evacuação de civis. O gabinete do primeiro-ministro não forneceu detalhes da proposta, mas garante que haverá suprimentos humanitários “de forma que evitará saques”.
As Forças de Defesa de Israel têm como objetivo retirar civis palestinos de potenciais zonas de combate, assim como organizar uma estratégia operacional para depois da guerra. O plano vem depois que a comunidade internacional pressionou o país para que as únicas vítimas fossem do grupo extremista Hamas.
A preocupação é justificada porque mais de um milhão de palestinos se deslocaram para Rafah, a última cidade de Gaza que os israelenses ainda não promoveram a ofensiva contra o Hamas. E também o único portão de entrada para ajuda humanitária, por meio do Egito.
Palestinos esperam longas filas por comida em Rafah
Os palestinos estendem seus recipientes vazios para serem enchidos com alimentos, distribuídos por organizações de caridade em Rafah
Chamas depois que as forças israelenses atacam um prédio em Rafah
Crianças palestinas que fogem dos ataques israelenses sobrevivem em condições adversas em Rafah
Milhares de famílias palestinas vieram se refugiar em Rafah
Acampamento ao lado da fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito: Rafah é alvo da ofensiva de Israel
Israel e o Hamas sofrem pressão internacional com ofensiva a Rafah
cidade de Rafah, no sul de Gaza
Famílias palestinas fogem pela estrada costeira que leva a Rafah, saindo da periferia sul de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em meio a batalhas contínuas entre Israel e o Hamas
Visão geral do ponto de passagem de Rafah, onde a troca de prisioneiros entre Hamas e Israel e a ajuda humanitária acontecem
0
Apesar da confirmação de um plano de evacuação, ainda não há detalhes do destino de civis no local. Somente a promessa de que haverá fornecimento de ajuda humanitária “de uma forma que evitará os saques que ocorreram no norte da Faixa de Gaza e noutras áreas”.
O conflito entre Israel e Hamas começou no dia 7 de outubro do ano passado, quando os terroristas invadiram o território inimigo e mataram cerca de 1.200 pessoas, além de fazer 253 reféns.
A partir de então, Israel organizou uma ofensiva militar com o objetivo de tirar o Hamas do poder e destruir o grupo.
Plano de militares pode ser adiado por trégua
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou em entrevista a jornais norte-americanos que a operação em Rafah poderia ser adiada se houve uma trégua. Caso contrário, a ofensiva aconteceria de qualquer forma.
“Isso tem que ser feito porque a vitória total é o nosso objetivo e a vitória total está ao nosso alcance – não daqui a meses, ou semanas, assim que começarmos a operação”, apontou Netanyahu.
Segundo jornais de Israel, mediadores fizeram progressos para um cessar-fogo temporário e a libertação de dezenas de reféns, em troca de prisioneiros palestinos detidos por Israel. No país, a pressão sobre Netanyahu por parte das famílias dos reféns aumentou e novos protestos começaram.
De acordo com o Ministério da Saúde do território controlado pelo Hamas, a ofensiva de Israel em Gaza matou pelo menos 29.692 pessoas, a maioria mulheres e crianças. Já Israel afirma ter matado 12 mil combatentes do Hamas e de outros grupos terroristas desde o início da guerra.