O Ministro das Cidades de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jader Barbalho Filho, assinou neste sábado (13/1) uma mudança na exoneração do número 2 da pasta, o ex-deputado Hildo Rocha (foto em destaque). Após declaração de Rocha à coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, que ficou sabendo da demissão pelo Diário Oficial, o termo “exonerar” do DOU foi alterado para “exonerar a pedido”.
A diferença na mudança do termo é para dizer que Rocha não foi demitido, mas sim pediu demissão. Tudo tem um pano de fundo baseado em discussões. Segundo o colunista Rodrigo Rangel, desde as primeiras horas desta sexta-feira (12/1), havia um esforço para colocar panos quentes no assunto. Agora, a alteração concretiza a movimentação de esfriar exoneração repentina.
Indicado pelo MDB e ligado ao clã Sarney, Hildo Rocha foi demitido em razão de uma guerra interna que vinha sendo travada dentro do ministério pela repartição do dinheiro destinado ao pagamento de emendas parlamentares. Outro ponto de discórdia envolve o “Minha Casa, Minha Vida”, programa que é uma das vitrines do governo Lula.
O agora ex-secretário estava em rota de colisão com seu chefe, o ministro Jader Filho. Às vésperas de ser demitido, inclusive, Rocha teve uma discussão áspera com o ministro. A pessoas próximas, ele disse que vinha sendo pressionado a liberar emendas e tomar decisões relacionadas ao “Minha Casa, Minha Vida” em desacordo com as regras.
Operação-abafa
Segundo o colunista do Metrópoles Rodrigo Rangel, para evitar que a crise se aprofundasse foi colocada em curso uma operação para tornar menos dolorida a demissão do ex-deputado.
Uma das medidas para que ele continuasse em silêncio seria a publicação no Diário Oficial com a correção na exoneração dizendo que a demissão se deu a pedido do próprio Hildo Rocha. Seria uma tentativa negociada de corrigir a vergonha a que ele foi submetido com a demissão repentina.