Traficantes do Morro do Alemão, no Rio de Janeiro (RJ), traçaram a rota de fuga e forneceram abrigo, alimento, transporte, escolta e dinheiro aos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró.
A intenção do grupo criminoso, conforme revelou a Polícia Federal, era levar Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento para outro país.
A dupla chegou até a receber um Pix de um criminoso da capital fluminense, no valor de R$ 5 mil, nos primeiros dias de fuga. Investigações apontam que criminosos do Norte e do Nordeste estavam instruídos a oferecer todo o apoio necessário a Rogério e Deibson.
Prisão
A localização dos dois fugitivos ocorreu na cidade de Marabá, no interior do Pará, após investigação da PF no âmbito da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco). A ação foi realizada na BR-222, com o apoio da PRF.
A partir das ações de inteligência como estratégia de recaptura, as investigações da PF indicaram que a dupla havia conseguido chegar até a região metropolitana de Belém (PA) e tinha planos de deixar o país.
Na quinta (4/4), a PF verificou que um comboio com três veículos iniciou deslocamento pela estrada que vai de Belém a Marabá, levando os fugitivos. Diante dos fatos, os policiais federais abordaram os carros utilizados pelos indivíduos na ponte sobre o Rio Tocantins.
Além dos dois fugitivos, foram presas outras quatro pessoas, suspeitas de integrarem a rede de apoio dos criminosos. Também foi apreendido um fuzil calibre 5,56mm, além dos veículos e de celulares. O local da prisão fica a 1.600 quilômetros de Mossoró.
Os fugitivos foram conduzidos à delegacia de Polícia Federal em Marabá e transferidos na madrugada desta sexta (5/4) para a Penitenciária Federal de Mossoró. Os demais presos foram encaminhados ao sistema penitenciário do Pará.
“[A unidade de Mossoró está] totalmente reformulada, no que diz respeito aos equipamentos de segurança. Eles ficarão separados e haverá vistorias diárias”, destacou nessa quinta o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
As investigações da Polícia Federal seguem para apurar as circunstâncias da fuga e identificar todos os envolvidos na rede de apoio.
Ministério da Justiça
A fuga representou a primeira crise desde que o ministro Ricardo Lewandowski assumiu o Ministério da Justiça e Segurança Pública. A gestão do ministro aposentado do STF — sob a qual também se deu a elucidação do assassinato da vereadora Marielle Franco — tem reiterado o compromisso no combate ao crime organizado.
A prisão alivia parte da pressão sobre a pasta e as forças de segurança, mas deixa um alerta ligado, sobretudo por se tratar da primeira fuga registrada nas cadeias federais do Brasil.
Deibson e Rogério escaparam da prisão de segurança máxima por volta das 3h30 de 14 de fevereiro. Após 51 dias de buscas, que envolveram centenas de agentes das forças de segurança, a dupla foi presa na tarde dessa quinta-feira (4/4), na BR-222, nas proximidades de Marabá, no Pará.