O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) informou que o seu Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) está investigando a existência de uma organização criminosa estruturada com o propósito de manipular resultados de jogos do campeonato amazonense de futebol, alavancar ganhos em sites de apostas esportivas, realizar lavagem de capitais e praticar outras condutas criminosas conexas.
O MPAM informou, ainda, que, com o apoio do Ministério Público de Roraima (MPRR) deflagrou, no último domingo (14/05), a Operação Handicap, para cumprir dois) mandados de prisão temporária e nove mandados de busca e apreensão na cidade de Boa Vista (RRO.
As medidas foram determinadas pelo Poder Judiciário do Estado do Amazonas após requerimento formulado pelo Gaeco do MPAM, sendo a decisão encaminhada para a Comarca de Boa Vista/RR, para ser cumprida pelo Gaeco de Roraima.
Foram alvos da operação atletas, empresários e integrantes da comissão técnica que atuaram em um clube de futebol que disputou o campeonato amazonense de 2023 e que desde o mês de março deste ano disputavam o campeonato roraimense por uma equipe local.
A investigação teve início a partir de representação da Federação Amazonense de Futebol e do encaminhamento de documentação por parte do Tribunal de Justiça Desportiva do Amazonas.
Handicap é um tipo de aposta esportiva muito utilizada quando se trata de apostas envolvendo jogos de futebol, sendo o principal estilo utilizado por manipuladores de resultados para aumentar seus ganhos.
O jogador de futebol Léo Rito, do River de Roraima, está preso em Boa Vista. Ele é suspeito de lavagem de dinheiro e manipulação de resultados no Campeonato Amazonense deste ano, quando atuava pelo Iranduba, antes de se transferir para o futebol roraimense.
O técnico Kléber Paulista e dez jogadores do Iranduba foram condenados em março de 2023 pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Amazonas (TJD-AM) por manipulação de resultados. Além das prisões, o presidente determinou a suspensão preventiva do clube pelo prazo de dois anos, e multa de R$100 mil reais.