Em entrevista para o MSNBC, o presidente dos EUA, Joe Biden, não poupou críticas contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em relação às ações contra o Hamas, na Faixa de Gaza. Segundo o mandatário norte-americano, o político está “prejudicando mais Israel do que ajudando”.
“Ele deve prestar mais atenção às vidas inocentes que estão sendo perdidas como consequência das ações tomadas”, apontou Biden, que afirmou continuar apoiando Israel no direito de perseguir e se defender de membros do grupo extremista Hamas.
O presidente dos EUA critica, principalmente, o número de mortos em Gaza. “É contrário ao que Israel representa. E acho que é um grande erro”, opinou durante a entrevista, feita na noite de sábado (9/3).
A preocupação atual de Biden é a cada vez mais certa – e criticada – invasão israelense à cidade de Rafah. O território fica no sul da Faixa de Gaza e é a única passagem para fora do país, mais exatamente, o Egito. Lá estão mais de 1,3 milhão de palestinos abrigados.
Netanyahu e a invasão a Rafah
Transformar Rafah em território de guerra, atrás dos terroristas do Hamas, poderia causar a morte de muitos civis, além de interromper a principal via de entrada da ajuda humanitária vinda de outros países.
“[Rafah] É uma linha vermelha”, concordou Biden.
O que não significa que os EUA vão deixar de fornecer armas para os israelenses.
“Nunca vou deixar Israel. A defesa de Israel ainda é crítica, então, não há uma linha vermelha que me faça cortar todas as armas para que eles não tenham a Cúpula de Ferro [proteção contra ataques aéreos] para protegê-los”, concluiu Biden.
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, pelo menos 30.960 palestinianos foram mortos e 72.524 ficaram feridos em ataques israelitas ao enclave desde 7 de outubro.