Os motivos que levaram o deputado Gilson Marques (Novo-SC) a pedir vista da análise da prisão de Chiquinho Brazão não foram pura e simplesmente solidariedade com o preso suspeito de mandar matar Marielle Franco. O congressista quis constranger o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ao pedir mais tempo para analisar o caso.
O Novo tem uma crítica muito latente ao presidente da Câmara. O partido vê que Lira não protege os seus congressistas e não permite que façam seu trabalho direito.
Isso porque o presidente da Câmara, segundo integrantes do partido Novo, permite que relatórios temáticos subam no sistema da casa em cima da hora. Assim, os congressistas teriam pouco tempo para analisar casos como o de Brazão, ou Projetos de Lei, PECs, destaques, entre outras coisas.
O motivo foi exposto pelo próprio Gilson Marques ao pedir vista. Segundo o deputado, o relatório do relator Darci de Matos (PSD-SC) estava desatualizado no sistema da Câmara dos Deputados e só foi disponibilizado às 15h, depois que a sessão na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) já tinha começado.
A tentativa de constranger Lira se dá também pelo prazo regimental da reanálise da prisão. O presidente da Câmara tinha se esforçado para resolver o assunto já na terça-feira (26/03), para liberar deputados e deputadas mais cedo (por causa do feriado de Páscoa).
Agora, a CCJ terá 72 horas para analisar novamente a prisão. Se não decidir nada no fim deste tempo, Lira poderá levar o caso diretamente a Plenário. E uma vez em Plenário, os deputados podem votar pela manutenção ou não da prisão do deputado Chiquinho Brazão.
Ontem, Lira disse que o adiamento da análise da prisão de Brazão não causa “prejuízo” ao rito processual da Casa.