A farmacêutica americana Viking anunciou, nessa quarta (28/2), que seu medicamento para tratamento da obesidade alcançou resultados melhores do que os concorrentes mais estabelecidos, como o Ozempic, Wegovy e Mounjaro. Segundo a empresa, o remédio é responsável pelo mesmo resultado de queima de gordura até cinco vezes mais rápido.
Provisoriamente chamado de VK2735, o remédio causou perda média de peso de 13,1% em apenas 13 semanas de tratamento, enquanto as outras drogas têm resultado semelhante em 40 a 56 semanas.
O novo remédio parte do mesmo princípio do Ozempic: ele é um antagonista de GLP. O GLP-1 é um hormônio secretado pelo organismo para gerar a sensação de saciedade — ele é produzido pelo intestino para aumentar a secreção de insulina e sintetizar o açúcar dos alimentos. Com isso, o paciente come menos ao mesmo tempo em que o corpo é incentivado a queimar suas reservas de energia.
“Estamos entusiasmados com os resultados. O VK2735 continua a demonstrar um perfil promissor de eficácia e tolerabilidade em indivíduos obesos. Nenhuma evidência de platô foi observada, o que sugere que, em períodos prolongados, a perda de peso seria mais acentuada”, afirma o executivo-chefe da Viking, Brian Lian, em comunicado à imprensa.
Os testes do remédio
Até 88% dos pacientes nos grupos de tratamento com VK2735 alcançaram mais de 10% de perda de peso, enquanto os indivíduos tratados com placebo alcançaram reduções médias de 4%. As pessoas que experimentaram o remédio perderam em média 14,6kg durante o período de estudo, o que equivale a mais de um quilo por semana.
Os resultados foram observados na fase 2 do estudo clínico, em que o medicamento é testado com um número reduzido de pessoas. Todos os participantes eram obesos ou com sobrepeso: 34 tomaram placebo e 140 foram divididos em três grupos que receberam quatro doses injetáveis semanais diferentes do VK2735: 2,5 mg; 5 mg; 10 mg e 15 mg.
Poucos efeitos colaterais foram observados, e todos foram caracterizados como leves ou moderados pelas autoridades de saúde que monitoraram o estudo. Mais de 50% dos pacientes tiveram náusea leve ou moderada e, nas doses mais altas, mais de 20% apresentaram vômitos, diarreia ou constipação.
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O futuro do “novo Ozempic”
A empresa espera ainda testar a versão oral do medicamento. Para os remédios chegarem às prateleiras, seja na versão injetável ou em comprimidos, a farmacêutica precisará fazer testes de fase 3, com mais voluntários e prazo maior, e submeter os resultados Food and Drug Administration (FDA), a agência regulatória americana.
Por ser um medicamento produzido por uma farmacêutica pequena, a Viking ainda precisará encontrar um parceiro de distribuição para fabricar o remédio em massa. A expectativa dos investidores, porém, é alta: as ações da empresa quadruplicaram na bolsa de valores desde a divulgação dos resultados.
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