Estavam na casa: Leonardo , pai do ex-namorado; Luzia, avó do ex-namorado; e o marido de Luzia. Destes, apenas o último familiar não tomou o café da manhã.
“Eu acredito que a intenção dela era matar qualquer pessoa que consumisse os alimentos”, disse o delegado.
Ameaças e perfis fake
Conforme a polícia, antes da investigação de envenenamento, Amanda já era investigada por ameaçar e stalkear o ex-namorado.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Carlos Alfama, Amanda namorou o filho de Leonardo Alves Pereira por cerca de um mês e meio e, após o término do relacionamento, ela criou no mínimo seis perfis falsos nas redes sociais para ameaçar o ex de morte. Conforme o investigador, Amanda tinha um programa de mascaramento de números e fazia ligações tanto para o ex quanto para familiares dele.
De acordo com Alfama, a vítima, Leonardo Alves, chegou a bloquear mais de 100 números que o importunavam e seriam ligados aos programa utilizado pela suspeita. O investigador aponta que o número original do robô estava registrado no nome do irmão de Amanda. Porém, o e-mail utilizado para recuperação de conta era da mulher.
Para disfarçar qualquer suspeita, a mulher chegava a ameaçar a si própria. “Vou matar você e a sua namoradinha” exemplificou o delegado sobre as mensagens enviadas pela mulher. Em uma delas, Amanda teria ameaçado os familiares do ex “depois não chore em cima do sangue deles”.
De acordo com o delegado, Amanda tem um histórico criminoso. Existem registros contra ela nos estados de Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco. Na cidade natal dela, Itumbiara, no sul goiano, são várias denúncias de crimes graves, segundo a polícia.
Personalidade forjada
Ainda conforme o delegado, Amanda forjou uma personalidade dócil com a família do ex-namorado. A mulher chegou a anunciar uma gravidez e foi acolhida. No entanto, de acordo com a polícia, ela não está grávida.
Alfama chamou a atenção para a frieza da suspeita, que não forneceu a senha do celular e não demonstrou sentimentos durante o interrogatório.
Uma famosa doceria de Goiás chegou a ter o nome envolvido no caso, após a filha da vítima informar que o pai havia morrido horas depois de comer um doce e a família registrar um boletim de ocorrência relatando o caso, bem como o estabelecimento. No entanto, durante a apuração do caso, a polícia descartou qualquer envolvimento ou falha da loja na situação.
A fábrica da Perdomo Doces chegou a ser vistoriada pelos órgãos competentes, um lote de produtos foi recolhido para análise, porém, não foi encontrada nenhuma irregularidade.