Ocidente impede mediação do papa entre Ucrânia e Rússia, diz diplomata

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Em entrevista à agência russa de notícias Tass, o embaixador do país no Vaticano, Ivan Soltanovsky, afirmou que a visita do papa Francisco a Moscou e Kiev não está preparada por enquanto. Segundo ele, a mediação do sumo pontífice é vista com bons olhos, mas que o Ocidente está obstruindo a resolução do conflito.

“Sabemos da disponibilidade de Francisco para tais viagens no âmbito dos seus esforços para alcançar a paz. As suas boas intenções não suscitam dúvidas. Até onde sabemos, a questão de uma visita não é considerada de um ponto de vista prático neste momento”, disse Soltanovsky.


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Segundo o embaixador, é necessário levar em consideração que Francisco não é apenas um chefe e Estado, mas também um líder religioso. A própria Santa Sé afirmou que o sumo pontífice continua pronto para viajar à Rússia e à Ucrânia, mas que viagem dependeria dos lados do conflito, entre outros pontos.

Apesar da vontade e da prontidão do líder da Igreja Católica, Soltanovsky apontou que o problema está no Ocidente.

“Depois de iniciar a operação militar especial, recebemos uma proposta de Francisco para mediar o estabelecimento de um diálogo com o lado ucraniano, que foi repetidamente expressa posteriormente também”, explicou.

“A verdadeira barreira é a negação da necessidade de negociações, tanto por parte de as autoridades ucranianas, expressas na proibição legal de negociar com a Rússia, e por parte do Ocidente coletivo, fornecendo loucamente o regime de Kiev com armas modernas, empurrando-o, assim, para continuar as aventuras militares”, criticou.

Papa com posição neutra, segundo russo

Soltanovsky destaca que o Vaticano tem “uma posição neutra e equilibrada” e que o Francisco é completamente contra qualquer tipo de ação militar. “Agradecemos os seus esforços para estabelecer uma paz duradoura e justa”, continuou o diplomata na entrevista à Tass.

Mas com a posição do Ocidente, segundo Soltanovsky, o diálogo entre Rússia e Vaticano vai mais para o lado de “questões humanitárias específicas”. E o enviado do Vaticano, o cardeal Matteo Zuppi, tem ajudado muito nesse quesito.

“Na opinião da Santa Sé, os sucessos na via humanitária são importantes não só em si mesmos, mas também em termos de criar um ambiente mais favorável para encontrar caminhos para a paz e restaurar pelo menos a confiança mínima entre os países”, terminou o embaixador.

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