Barcelona – Em meio à discussão sobre a criação de uma taxa de internet para as big techs, empresas de Telecomunicação e a GSMA, associação internacional que representa os interesses de mais de 750 operadoras e fabricantes de telefonia móvel de 220 países, adotaram o discurso de “crescer em parceria”.
Durante a abertura do Mobile World Congress 2024, em Barcelona, chefes de grandes empresas no mundo insistiram no avanço das discussões acerca das cobranças como uma questão de sobrevivência.
Sem citar especificamente o conceito de “fare share” – taxa a ser paga por provedoras de conteúdo e serviços que usam tráfego de dados ou “network fee”, uma imposição de pagamento pelas grandes plataformas às empresas de telecomunicação –, o discurso do “juntos somos mais fortes e vamos mais longe” foi alinhado.
O presidente da Telefónica, José María Álvarez-Pallete, durante sua palestra, ressaltou a importância da colaboração entre empresas de telecomunicações, big techs, agregadores, desenvolvedores de software e todos os participantes da indústria para o futuro digital.
“É hora de uma parceria global e uma governança justa para entregar uma cadeia de valor sustentável e benéfica”, disse Álvarez-Pallete.
Na palestra de abertura do Mobile World Congress, ele ressaltou que indústria das telecomunicações tem se tornado co-criadora ativa da nova era digital. E que há necessidade de o setor ter uma regulação do século 21 que vá além dos antigos modelos regulatórios, e com um ecossistema mais equilibrado.
Operadoras quem regulação
A CEO da Vodafone, operadora móvel multinacional inglesa com sede em Londres, Reino Unido, Margherita Della Valle, analisou que é necessário “reiniciar a regulação de telecomunicação”.
“Imagine se os bilhões que gastamos hoje fossem para investimento? Vamos trabalhar juntos. Ter sucesso na indústria enseja parcerias, colaborações. Para servir nossos usuários melhor é necessário abrir cooperação” completou.
No Brasil, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) abriu uma tomada de subsídios sobre o tema. Esse tipo de consulta possibilita o encaminhamento de contribuição por escrito que pode ser aberta ao público ou restrita a convidado. É usada para a construção de conhecimento sobre alguma matéria e para o desenvolvimento de propostas.
A repórter faz a cobertura do Mobile World Congress (MWC) a convite da Huawei.