São Paulo – Um homem foi morto por policiais militares da Rota no Morro do São Bento, em Santos, na manhã desta segunda-feira (19/2). De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), ele era suspeito de tráfico de drogas e teria atirado contra os PMs. A identidade do homem não foi divulgada. Durante a ocorrência, dois trabalhadores ficaram feridos.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, uma equipe da Rota foi até o local para averiguar uma denúncia de tráfico de drogas e se deparou com um grupo de suspeitos. Eles teriam começado a atirar contra os policiais, que revidaram. Um dos suspeitos foi atingido. Ele foi levado à UPA Noroeste, mas não resistiu.
A arma que teria sido usada pelo suspeito morto foi apreendida, além de centenas de porções de entorpecentes, uma máquina de cartão de crédito e comunicadores. A ocorrência está sendo apresentada no 5º Distrito Policial de Santos.
A Secretaria da Segurança afirma que os trabalhadores que ficaram feridos durante a ação policial da Rota foram atingidos por estilhaços. Eles foram socorridos e liberados. A versão é questionada por colegas de trabalho dos homens, que afirmam que um deles foi baleado na perna. Em vídeos divulgados nas redes sociais, é possível ver um ferimento na perna do trabalhador e um sangramento.
“Tá de tiração, ó. Tão acertando trabalhador”, diz o homem que grava o vídeo.
Um outro vídeo, feito por moradores da região, mostra um dos trabalhadores feridos sendo amparado por colegas, eles usam uniforme azul e capacete de proteção.
Assista:
28 mortos
Com a ocorrência desta segunda-feira (19/2), o número de mortes em incursões policiais na Baixada Santista chega a 28 desde o dia 28 de janeiro, quando o governo do estado anunciou uma nova operação na região, após a morte do policial militar Marcelo Augusto da Silva.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, 681 criminosos foram presos, incluindo 254 procurados pela Justiça. Além disso, foram apreendidos 158,8 quilos de drogas e 79 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito.
Operação rebatizada
Alvo de críticas e de uma apelação na Organização das Nações Unidas (ONU), a operação realizada pela Polícia Militar para capturar assassinos de PMs foi rebatizada neste ano, no litoral paulista, mas tem se mostrado ainda mais letal, proporcionalmente, do que a primeira ação do gênero, deflagrada em 2023.
Oficialmente, sai o nome Operação Escudo, instituída no ano passado pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) para ser deflagrada sempre que um policial militar é assassinado — foram 38 operações em 2023, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP) —, e entra a Operação Verão, historicamente realizada todos os anos durante a estação de calor para coibir crimes nas áreas frequentadas por turistas das cidades litorâneas.