O Parlamento de Israel, Knesset, aprovou uma lei, nesta segunda-feira (1º/4), que permite que o governo de Benjamin Netanyahu feche temporariamente a rede de TV catari Al Jazeera e emissoras estrangeiras consideradas ameaças ao país.
Netanyahu se posicionou contra a rede de televisão, acusando-a de ser terrorista e ter participação nos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023. O projeto de lei foi aprovado por 71 votos contra 10.
O primeiro-ministro, antes da votação, havia se pronunciado contra a Al Jazeera, por meio do porta-voz de seu partido, Likud, ao afirmar que “tomará medidas imediatas para fechar a Al Jazeera, de acordo com o procedimento estabelecido na lei”.
Após a aprovação da norma, o primeiro-ministro utilizou sua conta no X, antigo twitter, escrevendo que a “Al Jazeera prejudicou a segurança de Israel, participou ativamente do massacre de 7 de Outubro e incitou contra os soldados das FDIs (Forças de Defesa de Israel). O canal terrorista Al Jazeera não transmitirá mais de Israel. Pretendo agir imediatamente de acordo com a nova lei para interromper a atividade do canal. Saúdo a lei promovida pelo ministro das Comunicações, Shlomo Karai, com o apoio dos membros da coligação liderada pelo presidente da coligação, Ofir Katz”.
A emissora havia se posicionado contra o regime de Netanyahu, acusando-o de perseguir os jornalistas, incluindo os que estão em Gaza. A rede de TV Al Jazeera tem sede no Catar e recebe financiamento do regime Doha, mesmo afirmando ser emissora independente.
Em resposta à lei aprovada, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, afirmou que se trata de uma decisão preocupante, pois a liberdade de imprensa é fundamental. Essa reação tem relevância, pois os Estados Unidos são aliados dos israelenses e se abstiveram da votação no Conselho de Segurança da ONU pelo cessar-fogo entre Hamas e Israel.
Participação do governo do Catar
O Catar, desde o início da guerra entre Israel e Hamas tem atuado como mediador das negociações de cessar-fogo, inclusive, em novembro de 2023, Israel conseguiu recuperar alguns reféns por meio desse intermédio de Doha.
Em janeiro, Netanyahu pressionou o regime de Doha para que tivessem uma participação mais dura contra o Hamas, aliado da monarquia, para que interrompesse os ataques contra Israel.
O gabinete político do Hamas e de várias autoridades graduadas ficam em Doha.