PF deve descartar novas delações de Cid, sem anular provas já colhidas

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A Polícia Federal (PF) deve romper o acordo de delação premiada do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid. Isso se dá pela revelação da revista Veja de áudios nos quais o tenente-coronel diz que a PF e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes “estão com a narrativa pronta”.

Mesmo com o rompimento, o militar não deve perder os benefícios já conquistados pelas colaborações até aqui. O acordo está em sigilo, mas como o blog já mostrou, os termos estariam baseados em uma imunidade à mulher dele, Gabriela Cid.

As provas colhidas até agora também não devem ser anuladas. Esse era o maior temor da defesa de Cid. Segundo o advogado dele, Cezar Bittencourt, tudo o que tenente-coronel disse à PF foi confirmado pelo general Freire Gomes (ex-comandante do Exército) e pelo tenente-brigadeiro do ar Baptista Júnior (ex-comandante da Aeronáutica).

Cid já foi ouvido pela PF sobre os áudios revelados pela revista Veja, mas não revelou quem era a pessoa para quem enviou as mensagens. 

“Eles [PF] queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu […]. Eles [PF e Alexandre de Moraes] estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu? […] O Alexandre de Moraes já tem a sentença dele pronta”, disse Cid nos áudios.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro já prestou oito depoimentos à Polícia Federal, sendo sete parte do acordo de delação premiada. O pai dele, Mauro Lourenna Cid, é um dos cotados para fazer uma nova colaboração à investigação. Ele também é representado por Bittencourt.

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