Piano ao cair da tarde: a reconciliação entre Dias Toffoli e Lula

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O maior desejo de Dias Toffoli é o de voltar a ser amigo de Lula. O presidente da República não quer saber de conversa com o ministro que indicou para o STF lá em 2009. Está magoado porque Dias Toffoli proibiu que Lula, quando estava preso em Curitiba, fosse ao velório do irmão.

Dias Toffoli pediu perdão pelo veto e vem fazendo de tudo para se aproximar do presidente da República. Parece que as reiteradas condenações à Lava Jato vêm amolecendo o coração presidencial. Dizem que Lula já começa a se dispor a conversar a sós com o ministro.

Imagino a reconciliação entre os dois. Dias Toffoli é recebido por Lula; o encontro se inicia com um diálogo anódino; Dias Toffoli sente uma abertura e pede outra vez para que Lula o perdoe; Dias Toffoli repete que foi enganado pela Lava Jato; Lula ouve e passa um sabão em Dias Toffoli; instala-se um curto silêncio; Lula quebra o silêncio e diz que o acolherá como filho pródigo; Dias Toffoli debulha-se em lágrimas; Lula o puxa para um abraço; ambos se abraçam; Lula dá um tapinha no rosto de Dias Toffoli e faz um piada qualquer; Dias Toffoli ri ainda com os olhos molhados; ambos bebem um goró; no dia seguinte, o encontro é vazado para uma jornalista.

O problema é que os enredos brasileiros são previsíveis demais. Vou ter de tascar um Montesquieu para enfeitar a coisa: “A amizade é um contrato pelo qual nos comprometemos a prestar pequenos serviços a alguém para que ele nos preste grandes”.

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