PM diz que criança não foi ferida por tiro de policial em Paraisópolis

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São Paulo — A Polícia Militar (PM) afirmou que o ferimento provocado em uma criança na manhã desta quarta-feira (17/4), em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, não partiu de arma de fogo usada por policiais durante incursão na comunidade. Segundo o coronel Emerson Massera, responsável pela comunicação social da corporação, imagens das câmeras corporais dos PMs sustentam a afirmação.

“De acordo com a análise das imagens das câmeras dos policiais, nós podemos assegurar, já nesse primeiro momento, que essa criança não foi ferida por disparo de arma de fogo proveniente de arma de policial militar”, disse Massera.


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Segundo o coronel, as imagens das câmeras dos agentes não poderiam ser fornecidas por estar em andamento um inquérito policial-militar. “Neste momento, não poderemos passar as imagens das câmeras, mas passaremos oportunamente, assim que as investigações se encerrarem”, afirmou.

Massera disse também que as imagens mostram os PMs em progressão atrás de criminosos. “Houve um momento em que os criminosos atiraram novamente contra os policiais. Percebemos, pela dinâmica da ocorrência, que surge um veículo. E uma mulher, com uma criança, protegida atrás do veículo, depois viemos a perceber que essa criança estava ferida”, disse.

Segundo o coronel, o menino de 7 anos teve um ferimento na testa, semelhante a um corte. “Não sabemos ainda o que feriu essa criança. Pode ter sido um disparo dos criminosos, pode ter sido um pedaço de reboco, estilhaço, ou até mesmo um ferimento provocado por uma pancada ou uma queda”, disse.

Massera também afirmou que uma tomografia foi realizada e não apontou lesão perfuro-contundente [com bala] na criança. “Está bastante inchado ainda, então o menino não está conseguindo ainda abrir esse olho. Temos que aguardar para avaliar melhor”.

Antes mesmo de anunciar que as imagens mostram que a criança não foi ferida por tiro disparado por PMs, Massera ressaltou que se tratava de uma impressão inicial tudo o que diria posteriormente.

O coronel da comunicação da PM deu sua versão também sobre vídeos que circulam por WhatsApp e em redes sociais sugerindo que os policiais estavam recolhendo estojos de disparos feitos no local. “Analisamos bastante essas imagens, inclusive com auxílio das câmeras corporais desses policiais. Ficou claro nessas imagens que os policiais estão ali sinalizando o local onde esse projétil foi encontrado para facilitar o trabalho feito depois pela Polícia Técnico-Científica”, disse.

Massera afirmou também que a perícia foi realizada e o local foi preservado. “Os técnicos que fizeram essa perícia apontaram que não houve violação de local de crime”.

O caso

O tiroteio envolvendo os PMs aconteceu no início da manhã, às 8h20, na Viela Passarinho, nas proximidades da Rua Ernest Renan. Um sargento contou em depoimento que fazia uma incursão ao lado de dois colegas, quando avistaram uma dupla de suspeitos.
Segundo os PMs, a dupla fugiu e, em seguida, um terceiro suspeito teria disparado 10 vezes contra os policiais.

No depoimento, o sargento disse que ele e a equipe revidaram com tiros de fuzis e pistola. Os PMs alegam que deram 11 tiros. O homem que teria disparado contra os policiais sumiram, segundo os agentes.

No boletim de ocorrência, os policiais relataram que o garoto de 7 anos se assustou com o tiroteio e correu, sendo encontrado posteriormente com ferimento na cabeça. O menino foi levado em viatura da PM para a AMA de Paraisópolis e depois transferido para o Hospital do Campo Limpo.

No BO, constou que o ferimento na cabeça do garoto seria “superficial”, decorrente “dos estilhaços” dos tiros, ou ainda “de uma queda”. Em entrevista, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que o menino foi atingido por estilhaços. “[A criança] não foi atingida por disparo. Não teve perfuração. Provavelmente, algum estilhaço. Foi socorrida imediatamente, está em observação e passa bem, vai fazer uma tomografia”, afirmou.

Nesta quarta à tarde, o ouvidor das Polícias, Claudio Silva, pediu o afastamento dos PMs envolvidos no caso. Silva afirmou que imagens mostram policiais em ações que viriam a obstruir o trabalho da perícia no local. Ele também quer acesso a laudos periciais, imagens do entorno e às imagens das câmeras corporais dos PMs.

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