A empresa que vencer o contrato de privatização da Rodoviária do Plano Piloto não poderá usar os chamados “caixões perdidos”. O termo corresponde aos espaços com grandes áreas ocas escondidas atrás de muros da rodoviária, que já foram objetos de estudos para ocupação. Mas a Secretaria de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal (Semob-DF) emitiu nota informativa esclarecendo às empresas interessadas na concessão o que pode e não pode ser feito no espaço.
O edital para a privatização estabelece que “os muros não estão contemplados no escopo de intervenção”, mas a manutenção vai ficar sob responsabilidade da empresa vencedora do contrato. Licitantes interessados na concessão fizeram questionamentos sobre esse uso desses muros de arrimo, que escondem os chamados “caixões perdidos”.
A Semob detalhou que esses espaços dos caixões não podem ser utilizados, principalmente por motivo de segurança técnica da edificação. Ou seja, fica proibida qualquer ocupação ou locação desses espaços. Mas a concessionária que assumir a Rodoviária deverá promover toda a manutenção dos “caixões perdidos”, o que inclui, por exemplo, limpeza, pintura e possíveis correções estruturais.
Projetos
No passado, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) chegou a elaborar propostas de revitalização dos caixões, como em 2003, quando projetou implantar três níveis de estacionamento, com 845 vagas por nível, no local. Mas a ideia não saiu do papel.
No cinquentenário de Brasília, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (FAU-UnB) promoveu o Concurso Internacional de Ideias Brasília +50, que teve como equipe vencedora estudantes de arquitetura e urbanismo da universidade Univates, em Lajeado (RS). Os alunos fizeram um projeto que consistia também na criação de três níveis de pavimentos, mas com dois voltados para ocupações de cultura e lazer.
A área ainda recebeu propostas de ocupação no trabalho “Releitura do Plano Original de Brasília em Espaços Ociosos na Rodoviária do Plano Piloto“, da arquiteta e urbanista Ilana Zeigerman. “Ao se estudar os principais fluxos da Rodoviária de Brasília, notou-se a carência de espaços voltados somente para pedestres, além da falta de comunicação entre os níveis do terminal”, traz o trabalho.