Você já se deparou com o ralo do banheiro repleto de fios de cabelo? Ou com a escova de pentear cheia de fios embolados? Se a sua preocupação é que, talvez, seu cabelo esteja caindo demais, essa matéria é para você! Afinal, qual é a quantidade “normal” de fios perdidos diariamente?
Em conversa com a Coluna Claudia Meireles, Luciana Passoni, médica especialista em ciências capilares e CEO da Passoni Clinic, explica que a queda capilar costuma acontecer durante o momento em que se lava ou penteia as mechas.
“Quando vemos, por exemplo, cabelos sobre o travesseiro, já é um sinal de alerta para que talvez essa queda esteja acima da média”, diz.
“O normal é perder cerca de 100 a 150 fios diariamente”
Luciana Passoni, médica especialista em ciências capilares
Algo nós sabemos: é impossível contar a quantidade de cabelo que cai diariamente. Mas existem alguns truques, segundo a profissional, como observar os padrões de queda. “Veja se ele passou a cair mais, se você passou a encontrar fios pela roupa durante o dia ou no travesseiro pela manhã. O normal, realmente, é que eles caiam nos momentos de limpeza, com xampu ou no alinhamento, ao pentear”, recomenda.
Quando recorrer a um profissional?
Questionada sobre a hora certa de se procurar um profissional para investigar a queda capilar, Luciana responde que isso pode ser feito no momento em que a pessoa sentir que os fios estão caindo em velocidade fora do normal.
De acordo com a especialista, diversos fatores podem causar o eflúvio telógeno, ou seja, a queda:
“Pode acontecer por um pico de estresse, uma baixa de vitaminas no organismo, alterações hormonais ou até uma doença que gerou um grande estresse para o corpo, como Covid-19 ou dengue.”
Outra análise importante, conforme a médica aponta, é checar o couro cabeludo, o que nem todos se lembram. “Ao perceber uma menor densidade ou até mesmo falhas, o indicado é um especialista”, alerta.
Hábitos que contribuem para a queda capilar
Segundo a profissional, os cabelos podem ter uma queda mais acentuada por conta de hábitos como prendê-los com muita frequência em penteados muito firmes e que tensionam os fios, o que pode, até mesmo, gerar uma alopecia de tração.
“Essa última é uma condição na qual temos o enfraquecimento do bulbo capilar por conta da constante tração dos fios, seja para finalizar ou prendê-los, o que com o tempo faz com que eles percam sua força de crescimento e até parem de nascer”, afirma.
Além disso, a adoção de dietas restritivas também podem impactar nesse efeito, já que reduzem a quantidade de nutrientes disponíveis para o corpo, o que acaba não priorizando a manutenção dos fios e ocasionando a queda. “Até mesmo dormir com o cabelo molhado pode se tornar vilão por influenciar o adoecimento e aparição de fungos no couro cabeludo”, acrescenta.
Falando em alimentação, Luciana comenta que índices baixos de vitaminas como ferro e B12 podem ter como consequência a perda de fios. “Porém, nesses casos é importante já entrarmos com a suplementação além do equilíbrio da alimentação”, frisa.
De qualquer forma, a médica lembra que um organismo saudável com alimentação e exercícios equilibrados tem menos chances de ser acometido por uma queda de cabelo, salvo nos casos de alopécia de causa genética.
A expert ressalta que o estresse é o grande vilão nos casos de eflúvio telógeno. “Esse desequilíbrio na saúde mental pode até mesmo desencadear um caso de alopecia areata, aquela que tem como características as falhas em forma circular pela cabeça”, adverte.
Tratamento
O tratamento clínico é sempre a primeira opção de Luciana. “Com ele temos muitas possibilidades, mesmo porque sempre indico fazer de forma personalizada de acordo com a análise da saúde de cada couro cabeludo”, compartilha.
O objetivo, segundo a médica, é a estimulação dos folículos pilosos, “de forma que precisamos desinflamá-los e fazer o fio voltar a ficar mais denso de novo. Assim, buscamos deixá-los mais saudáveis para influenciar no controle da queda e também promover a volta do crescimento dos cabelos.”
Das diversas tecnologias disponíveis, as mais utilizadas, para Luciana, são a microinfusão de medicamentos no couro cabeludo, o laser, a radiofrequência microagulhada e o LED. Ela conta que esses tratamentos são muito tranquilos, pouco invasivos e totalmente indolores.
Outra solução é a terapia capilar, realizada por meio da injeção de fatores de crescimento no couro cabeludo doente para uma redensificação do cabelo e uma melhora na qualidade e no brilho.
“Há, também, a grande novidade do mercado que são os exossomas. Eles são vindos das células-tronco e podem ser aplicados logo depois de tecnologias que estimulam a abertura dos folículos. Dessa forma, agem diretamente no bulbo capilar para fortalecer a ancoragem dos fios, tratar a sua inflamação e assim estimular o controle da queda e a volta do crescimento do cabelo”, finaliza.
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