Além de representar o auge do prazer, estudos indicam que o orgasmo também está relacionado a diversos benefícios para a saúde, que vão desde a prevenção de doenças cardíacas ao câncer de próstata.
A ciência não sabe exatamente qual é a rotina mínima mensal para ter uma vida sexual saudável, uma vez que cada estudo analisa a relação entre o sexo e um quadro de saúde específico. Porém, com os dados disponíveis até o momento, muitos podem estar aquém da meta.
13 a 21 orgasmos mensais
O mais perto que os pesquisadores já chegaram de um número mínimo de orgasmos foi ao analisar a rotina sexual mínima para diminuir o risco de desenvolver câncer de próstata.
Tanto um estudo publicado em 2016 na revista científica European Urology quanto um levantamento de 2022 divulgado na Health Harvard indicam que homens com uma alta frequência de ejaculações, superior a 21 vezes ao mês, têm 31% menos chance de desenvolver a doença.
O estudo de 2016, realizado pela Universidade de Boston, nos Estados Unidos, indica que indivíduos que chegam ao ápice do prazer 13 vezes ao mês já alcançariam os benefícios de prevenção do câncer.
“A ideia por trás dessa hipótese é que a ejaculação regular poderia ajudar a eliminar substâncias potencialmente carcinogênicas da próstata, reduzindo o risco de câncer”, explica a sexóloga Camila Gentile, de São Paulo.
A sexóloga Claudia Petry, de Joinville, complementa orientando que a frequência sexual mínima não é o único fator relevante para reduzir os riscos de inflamação da prostata.
“A prevenção do câncer de próstata envolve também outros fatores, como uma alimentação saudável, exercícios físicos regulares, manter um peso ideal, evitar tabagismo e fazer os exames médicos periódicos”, esclarece.
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No caso das mulheres, é mais complicado chegar a um número estimado de orgasmos. Claudia explica que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não reconhece nenhuma doença diretamente vinculada à rotina sexual para elas.
“Ainda assim, sem dúvida as mulheres têm muitos benéficos para a saúde do organismo como um todo estando satisfeitas sexualmente”, afirma a sexóloga.
Outros benefícios do orgasmo
As pesquisas científicas sobre os vínculos do sexo com outros benefícios para a saúde física, mental e emocional, no entanto, não determinam uma rotina tão específica de sexo. Segundo Claudia, os benefícios variam entre os indivíduos e, por isso, é difícil bater o martelo.
“A prática sexual regular traz benefícios quando é consensual, segura e prazerosa. Por isso, é tão difícil determiná-la em uma agenda. Não adianta a pessoa fazer uma tabela para saber se teve orgasmo ou não, não há benefício para a saúde se não há prazer”, orienta.
As profissionais indicam outros benefícios que os orgasmos podem trazer ao corpo:
Saúde cardiovascular
A atividade sexual regular pode estar associada a um menor risco de doenças cardiovasculares, como o acidente vascular cerebral (AVC). Por intensificar os batimentos cardíacos, o sexo pode ajudar a otimizar a circulação sanguínea, reduzir a pressão arterial e melhorar a saúde do coração.
Imunidade
O sexo regular pode fortalecer o sistema imunológico, aumentando a produção de anticorpos e reduzindo o estresse — uma das principais consequências é a prevenção de infecções e doenças. A atividade sexual moderada pode aumentar os níveis de IgA, um anticorpo que desempenha um papel crucial na imunidade ao criar defesas rápidas contra doenças oportunistas.
Bem-estar mental
A atividade sexual pode liberar endorfinas e outros neurotransmissores, aumentando a sensação de bem-estar emocional. O sexo regular pode ser uma forma saudável de relaxamento e redução do estresse.
Qualidade do sono
Alguns estudos relatam que o orgasmo pode ajudar a melhorar a qualidade do sono devido à liberação de hormônios relaxantes como a oxitocina e a serotonina, o que pode facilitar o adormecer.
Saúde dos ossos
Especificamente para mulheres, a liberação de ocitocina que acontece no momento do orgasmo pode prevenir o enfraquecimento dos ossos e a osteoporose. O hormônio tem papel importante no metabolismo ósseo, de acordo com um estudo da Universidade Estadual Paulista.
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