O ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga usou sua conta no X (antigo Twitter) na segunda-feira (15/1) para criticar a estratégia de vacinação contra a dengue da atual gestão do Ministério da Saúde.
“Em 2023, a cada dia cerca 3 brasileiros, em média, morreram de dengue. Diante da maior epidemia de dengue dos últimos anos, com números elevados de casos também em 2024, o Ministério da Saúde bate cabeça, em uma mistura de negligência e irresponsabilidade, deixando milhões de brasileiros sem vacina”, escreveu Queiroga (foto em destaque) na rede social.
O Brasil bateu recorde de mortes por dengue em 2023, com 1.094 óbitos. O recorde anterior era de 2022, com 1.053 mortes.
“As vacinas contra a dengue foram aprovadas pela Anvisa no Brasil, desde março de 2023, e foram esnobadas pelo governo federal. Optou-se por aguardar uma vacina nacional, ainda sem previsão de registo no país. Ou seja, negligenciou-se um problema que já se apresentava grave”, seguiu Queiroga.
Queiroga foi ministro da Saúde do governo de Jair Bolsonaro (PL) entre março de 2021 e dezembro de 2022. Ele ficou marcado por defender posições contra a obrigatoriedade da vacina para a Covid-19 e por apoiar o discurso anti-vacina de Bolsonaro.
A CPI da Covid-19 do Senado Federal pediu o indiciamento do ex-ministro por causar pandemia com resultado morte e prevaricação.
Questionamento sobre faixa etária
A atual gestão do Ministério da Saúde decidiu iniciar a aplicação da vacina contra a dengue em crianças e adolescentes com idades entre 6 e 16 anos.
Queiroga criticou a faixa etária, escrevendo no X que o imunizante poderia ser aplicado desde 4 até 60 anos.
De fato, a fabricante da vacina Qdenga sugere a imunização de pessoas de 4 a 60 anos. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou o imunizante para público entre 6 e 16 anos.