A realidade da sucessão na Câmara e do café mais e mais frio daqui até fevereiro de 2025 fizeram Arthur Lira recuar, colocar a viola no saco e mudar o tom com o governo Lula. Depois de perder em plenário na votação sobre a manutenção da prisão de Chiquinho Brazão e chamar Alexandre Padilha de “incompetente”, Lira agora disse que errou, afirmou que o governo teve um 2023 “espetacular”, entre outros afagos.
As declarações foram a Pedro Bial, no talk-show do jornalista. Sobre os ataques a Padilha, disse Lira:
“Tenho erros e acertos. Não tenho problema de reconhecer o erro quando o faço. Vinha apontando, reservadamente ao governo e eles sabem disso, que há alguns meses que não funciona a articulação do governo. Se você prestar atenção, há um esforço da presidência da Casa e do governo na Câmara de convergir matérias para que elas cheguem muito maduras no plenário”.
O presidente da Casa disse que o Congresso contribuiu com o “2023 espetacular” do governo:
“O presidente Lula teve um ano de 2023 espetacular por tudo o que o Congresso fez, especialmente a Câmara”.
E, por fim, desconversou sobre CPIs:
“Nesses dias, está sendo dito que Arthur está com muita virulência, vai instalar CPIs, vai fazer pauta-bomba. Não há nenhum governo desde que cheguei na Câmara que tenha tido melhores condições de governar o país do que o presidente Lula teve dado por nós”.
Hoje, a chance de Lira emplacar seu sucessor, que ele gostaria de que fosse o deputado Elmar Nascimento, do União Brasil da Bahia, é pequena. Daí toda essa doçura para ter o apoio do Planalto.