Com o maior índice de reajustes salariais abaixo do índice da inflação (10,7%), em dezembro, a Região Norte registrou o menor piso salarial médio no final do ano passado (R$ 1.512,88), de acordo com pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada nesta quinta-feira. No recorte geográfico, os maiores pisos salariais médios negociados de janeiro a dezembro de 2023 são os da região Sul (R$ 1.713,27).
A maior parte das negociações salariais resultou em reajustes reais para os trabalhadores no ano passado, segundo dados parciais divulgados pelo Dieese. Em 77% dos casos, os acréscimos ficaram acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), 17,3% empataram com a inflação e 5,7% estão abaixo do índice. O reajuste real médio em 2023 foi de 1,11%. O painel é composto por 19.531 análises de correções nos salários.
Por região geográfica, os maiores ganhos acima da inflação ficaram no Sudeste (81,2%), seguidos por Centro-Oeste (78,8%), Sul (74,3%), Norte (72,5%) e Nordeste (70,9%).
O Dieese informou que 83,3% de 48 negociações de reajustes salariais, referentes à data-base de dezembro, tiveram ganhos acima da inflação acumulada em 12 meses pelo INPC do período.
O Dieese destaca que a variação real média dos reajustes no último mês foi de 1,52% até o momento, bastante acima do observado nas quatro últimas datas-bases, de 0,82% em novembro, 0,81% em outubro, 0,87% em setembro e 1,06% em agosto. “Porém, é preciso relativizar a informação devido ao ainda baixo número de registros de dezembro”, salientam.
Com os resultados de dezembro contabilizados até o momento, o Dieese calcula que 77% das negociações no ano passado trouxeram ganhos acima da inflação para os trabalhadores.
Em 17,3% dos casos houve reajuste igual à inflação do período e, em 5,7%, a negociação ficou abaixo da inflação. No total, foram contabilizados 19.531 reajustes pela entidade em 2023 e a variação real média do ano foi de 1,11%.
Setores
A indústria foi o setor econômico com a maior proporção de aumento real nas negociações no ano passado (82,2%), segundo o Dieese.
Em seguida, aparecem os serviços (79%) e depois o comércio (56,4%). Em relação aos reajustes abaixo do INPC, tanto indústria e comércio apresentaram porcentuais similares (de cerca de 5%, cada), enquanto nos serviços a proporção foi de 6,7%.